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Música

Ben Harper traz ao Brasil espetáculo de prazer e dor

Com show longo e sofrido, músico passará por cinco capitais em dezembro

Californiano une canções dos nove discos a improvisos e covers em apresentação que pode durar até 3 horas

CARLOS MESSIAS
ENVIADO ESPECIAL A ATLANTA
Melissa Nicholson - 7.out.11/Divulgação
Ben Harper em Atlanta (EUA)
Ben Harper em Atlanta (EUA)

Ben Harper está prestes a iniciar uma longa turnê pelo Brasil, em dezembro.

O músico passará por Porto Alegre (3), Florianópolis (4), Belo Horizonte (6), São Paulo (9) e Rio (10), estas duas últimas com a participação de Vanessa da Mata, com quem gravou "Boa Sorte/Good Luck".

No mês passado, a Folha acompanhou em Atlanta um show de sua turnê atual que teve três horas e meia de duração. "Estamos cavando fundo, repassando todo o catálogo", diz Harper, 42, no camarim. Em 2012, o disco de estreia do músico, "Pleasure and Pain", completa 20 anos.

Além de faixas dos seus nove álbuns -incluindo o novo "Give Till It's Gone"-, o repertório inclui improvisações instrumentais e covers de Pearl Jam e Bruce Springsteen.

Até Led Zeppelin entra na roda, numa versão monumental de "No Quarter", com a característica Weissenborn (tipo de guitarra de colo tocada com uma dedeira que desliza pelas cordas) de Harper.

No palco, o músico lembra o antecessor Springsteen no sentido de dar até a última gota de energia, num espetáculo de prazer e dor.

Harper não é mais escudado pela "big band" The Innocent Criminals, mas pelo texanos do Relentless7. O que perdeu em "groove" ganhou em frescor e imediatismo.

Cantor de fôlego, guitarrista virtuose e compositor de mão cheia, Harper transita por pop, rock, soul, funk, folk, blues e gospel -gênero privilegiado no disco vencedor do Grammy, "There Will Be a Light" (2004), gravado com o conjunto vocal Blind Boys of Alabama.

"Acho que essa é a minha contribuição para a música. Meu som é eclético a ponto de convergir muitos estilos em um", pondera.

Sua bagagem de música de raiz norte-americana vem da loja de instrumentos Folk Music Centre, em Claremont (Califórnia), fundada pelo avô em 1958 e da qual ele é proprietário. Dentre os clientes, figuraram Leonard Cohen e Taj Mahal. Foi este último quem descobriu Harper e, no final dos anos 80, o convidou para sua banda de apoio.

No entanto, o músico ainda é associado à cultura surf e ao pop farofa de Jack Johnson. "Você não pode escolher quem te acolhe. É uma sorte ter alguém que se identifique com o que você faz. Surfistas, mecânicos, professores. Estou aberto", diz.

Outro atributo que desmistifica o Ben Harper surfista é o seu esporte favorito: skate. "Olha a manobra que aprendi hoje. É a 'ollie impossible'", comemora, enquanto mostra um vídeo em que gira a prancha na vertical.

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