Macalé faz show-sinfonia no Teatro Oficina

Jards Macalé, 68, ganhou um laboratório de experimentações. Amanhã e domingo, o Teatro Oficina, em São Paulo, vai recebê-lo com cinco projetores, convidados especiais e outras surpresas.

Nos telões, serão exibidas cenas do artista interpretando personagens como Coringa, Batman e Moreira da Silva. No áudio, gravações de canções, falas e instrumentos compõem a "Sinfonia de Jards".

Macalé, ao vivo, se desdobra para improvisar com voz e violão sobre o material.

Entre as canções apresentadas, estão sucessos como "Anjo Exterminado" e "Farinha do Desprezo".

Duas participações especiais: o diretor do Oficina, José Celso Martinez Corrêa, e o guitarrista Lanny Gordin, famoso pelos riffs distorcidos em álbuns de Gal, Caetano e Gil nos anos 60 e 70.

EXPERIMENTOS

Macalé é craque em experimentar. Fez trilhas para Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha, produziu o álbum "Transa" (1972), de Caetano Veloso, e atuou no curta-metragem "Tira os Óculos e Recolhe o Homem" (2008).

Desta vez, porém, quem lança os dados são os produtores Gregório Gananian, 27, e Francisco França, 26.

Quatro horas de filmagens (para o telão) foram concebidas e editadas por eles. A maioria das cenas ocorre nas ruas do Rio, em meio a ambulantes, carros e banhistas.

O projeto surgiu no final de 2010. Gananian e França nunca tinham trabalhado com o músico, mas arriscaram o contato. Conversaram pela internet, mandaram curtas e sugeriram ideias.

Jards adorou: "Eles me estimularam a mostrar um humor que eu já tenho".

"Criamos um parque de diversões para Macalé", disse Gananian. Explica França: "Ele é um rasgador de protocolos. Está no limiar dos códigos. E isso vai estar no show".