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Coletâneas de crônicas publicadas na Folha e de cartas enviadas a Fernando Sabino trazem à tona o talento de Otto Lara Resende

MARCELO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA
Alécio de Andrade/Divulgação
O escritor Otto Lara Resende em 1972, no Café Coupole, em Paris
O escritor Otto Lara Resende em 1972, no Café Coupole, em Paris

"Se há uma coisa boa de ler, é carta", diz Otto Lara Resende (1922-1992) numa crônica para a Folha.

Especialmente se o autor da carta for o próprio Otto. Suas cartas a Fernando Sabino (1923-2004) saem agora em "O Rio é Tão Longe", livro com introdução e notas (ótimas) de Humberto Werneck.

Por vários anos, Otto Lara trabalhou como diplomata em Bruxelas e Lisboa. Reclama dos amigos que não escrevem, pede notícias, queixa-se dos compromissos chatos.

Não conseguia levar adiante sua obra de ficcionista, que iria empacar num único romance ("O Braço Direito") e em alguns volumes de contos. O cronista só apareceria com plena força nos seus dois últimos anos de vida, quando Otto Lara passou a escrever na página 2 da Folha.

Mas quem o conheceu pessoalmente tende a dizer que seu maior gênio não estava na crônica ou na ficção, e sim na conversa ao vivo.

Pude comprovar isso num almoço aqui no jornal. Baixinho, agitado, veloz, ele era um conversador deslumbrante. Tanto que, por mais que eu me esforce, não consigo me lembrar do que ele falou. Quem poderia descrever, passo a passo, um show de fogos de artifício? Suas cartas esbanjam a mesma verve.

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