Virtuose da guitarra, Lanny Gordin celebra 60 anos com show

Em uma noite de 1970, o guitarrista Lanny Gordin foi mais aplaudido do que Elis Regina após uma apresentação na antiga casa de shows Di Mônaco. A cantora procurou o maestro Chiquinho de Moraes e mandou um recado: "Dá um jeito no Lanny".

Educadamente, o maestro pediu para ele seguir as partituras no dia seguinte. "Na outra noite, eu baixei a bola, e ela [Elis] foi fantástica. Quando terminou o show, Elis me disse: 'Aprendeu, Lanny?', lembra, rindo.

Transgredindo a música, na época, ousando nas improvisações -avesso às composições moldadas-, Lanny se tornou a maior lenda da guitarra do Brasil. Expressão clichê, mas que é confirmada por pesquisadores e músicos.

"É um virtuose e ao mesmo tempo transgressor. Uma das figuras-chaves em todos os álbuns da tropicália", afirma o jornalista e crítico de música Nelson Motta.

Lanny é o responsável pelos riffs distorcidos nos álbuns tropicalistas de Gal, Caetano Veloso e Gilberto Gil nos anos 60 e 70 (aquela guitarra inquieta e eletrizante do álbum de Gil "Expresso 2222" [1972] é dele).

O guitarrista começou a viver com intensidade a efervescência daquela época com apenas 17 anos. Aos 25, interrompeu a carreira após problemas com drogas -quando desenvolveu esquizofrenia. Em 2001, voltou ao trabalho com um álbum solo. "Muita coisa mudou na minha vida, mas a música é a mesma", diz Lanny.

Para relembrar sua brilhante história e celebrar a nova fase, Lanny comemora hoje seus 60 anos com um show. Ana Cañas, Criolo e Edgard Scandurra são alguns dos 25 músicos convidados que dividirão o palco com o guitarrista.

LANNY GORDIN - 60 ANOS DE VIDA e 45 DE CARREIRA

QUANDO hoje, às 18h

ONDE Centro Cultural Rio Verde (r. Belmiro Braga, 119, Pinheiros, tel. 0/xx/11/3459-5321)

QUANTO R$ 40

CLASSIFICAÇÃO livre