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Música - Crítica/Pop

Rihanna cai na mesmice do eurodance

Novo CD não escapa do bate-estaca e deixa de valorizar a voz da cantora

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

DUO NORUEGUÊS DE PRODUTORES STARGATE TRAZ ALGUMA INOVAÇÃO EM TRÊS FAIXAS DO ÁLBUM, MAS CANTORA MOSTRA REPERTÓRIO FRACO

Pela primeira vez na carreira, Rihanna gravou um disco de inéditas enquanto fazia a excursão do CD antecessor. Talvez tenha faltado tempo para a estrela maturar as ideias: o resultado é fraco.

"Talk That Talk" até que não é ruim, mas o ouvinte passa o álbum inteiro esperando por "aquela" faixa, a que viria para ficar parelha a hits como "Umbrella", "Don't Stop the Music" e "S&M". Mas o grande sucesso não vem.

Quase aparece na faixa-título, mais uma colaboração de Jay-Z em disco de Rihanna, mas sem o pique das anteriores, como "Umbrella".

Outra boa tentativa é uma música com cara de hino, "We All Want Love". Com refrão épico, vai pegar bem nos shows em grande arenas.

O tempero caribenho que a cantora nascida em Barbados usou e abusou no álbum "Rated R" (2009) volta firme.

Exemplo é a faixa de abertura, "You Da One", já lançada em single: dancehall que tem uma quebra estranha de ritmo no meio da música.

O problema é que esses momentos de destaque vêm acompanhados de músicas em que Rihanna cai na vala comum do som de pista bem calcado no eurodance.

Letras pouco inspiradas, girando em torno de "eu te amo, você me ama", escoradas numa batida pesada mas preguiçosa, xerox do electro italiano que já afundou o último disco de Lady Gaga.

Talvez Rihanna precise reciclar seus produtores. Há algum frescor em três faixas: "Talk That Talk", "Drunk on Love" e "Roc Me Out".

Elas são produzidas pelo badalado Stargate, duo de noruegueses que injeta boas sacadas no tradicional bate-estaca das pistas.

Mas falta ao álbum um lote de canções realmente inovadoras. E também momentos que possam valorizar sua voz poderosa e singular.

Quem assistiu aos shows dela neste ano no Brasil viu que Rihanna, mesmo quando sobe ao palco meio embriagada, está bem acima das colegas da geração playback.

O público da estrela aprovou o novo trabalho. Lançada como primeiro single, a fraca "We Found Love", com participação do supervalorizado DJ Calvin Harris, subiu ao topo da parada.

Assim, ela se tornou a única artista a ter 20 músicas que entraram entre as dez mais da parada americana de singles em seis anos.

Nem mesmo um disco irregular parece barrar a sina de recordes de Rihanna.

TALK THAT TALK

ARTISTA Rihanna
LANÇAMENTO Universal
QUANTO R$ 30, em média (edição standard), e R$ 36 (edição deluxe, com faixas bônus)
AVALIAÇÃO regular

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