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Brasileiro estreante em longas vai a Sundance com drama intimista

Luciano Moura teve seu 'A Cadeira do Pai' selecionado para a competição do festival americano

Filme com Wagner Moura, Mariana Lima e Lima Duarte acompanha um pai em busca do filho que fugiu

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

O filho fugiu de casa. E, no percurso para encontrar Pedro, de 15 anos, o protagonista encontra, quem sabe, um pouco mais de si mesmo e de um Brasil que não conhecia.

O pai, no caso, é Wagner Moura; o filho é Brás Antunes (filho do dramaturgo Antunes Filho); e o filme é "A Cadeira do Pai", selecionado para a competição internacional do Festival de Sundance, que acontece entre 19 e 29 de janeiro em Park City (Utah), nos Estados Unidos.

Com uma carreira dividida entre o cinema e a publicidade, o diretor carioca Luciano Moura ficou surpreso com a seleção, que deve alavancar a carreira de seu longa.

"É um filme intimista, sobre a desconstrução da relação entre pai e filho para a construção de uma outra. Não é o tipo de filme que o Brasil costuma mostrar lá fora", disse à Folha.

Na manhã de ontem, a reportagem o encontrou em um estúdio de som da zona oeste de São Paulo, trabalhando para finalizar a trilha sonora.

"Agora, com o filme escalado para o festival, vamos ter de dar uma acelerada no processo de finalização."

O trailer a que a reportagem assistiu mostra Wagner Moura atravessando bairros pobres, descobrindo que o filho comprou um cavalo e que saiu não se sabe se "rumo a Salvador ou ao Espírito Santo". Um clima de "road-movie" permeia algumas das cenas assistidas, numa produção que tem Mariana Lima e Lima Duarte no elenco.

Premiado em 1992 pelo curta "Os Moradores da Rua Humboldt", Moura se afastou do cinema para se dedicar a videoclipes e a comerciais, mas ressalta que hoje esses dois mercados estão "muito misturados".

"Tem um diretor argentino na competição, o Armando Bo, renomadíssimo por seu trabalho na publicidade."

Produzido pela O2 Filmes, de Fernando Meirelles, "A Cadeira do Pai" custou aproximadamente R$ 5 milhões e levou seis semanas para ser filmado.

Por meio da assessoria de imprensa do filme, Wagner Moura disse que comemora "cada vez que um filme brasileiro é selecionado para um festival importante".

"O bom momento econômico do nosso país deve ser acompanhado de uma produção cinematográfica que também se imponha", sugere o ator, que, no ano passado, esteve no festival com "Tropa de Elite 2" (fora de competição).

"Fizemos um filme sem concessões baratas, mas também sem hermetismos ultrapassados", completou.

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