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Lutas atraem mulheres para canais de esportes

Fã de MMA, público feminino engorda audiência das competições na TV

Moças apreciadoras da troca de socos torcem para lutadores mais fraquinhos e com histórias de superação

Divulgação
Rossana Ribeiro, apresentadora do programa “Penetra”
Rossana Ribeiro, apresentadora do programa “Penetra”

COLUNISTA DA FOLHA

Elas querem suor, emoção e músculos, muitos músculos. Estigmatizado como um esporte violento, o MMA (luta que reúne artes marciais mistas) é a modalidade preferida por elas no Sportv.

A faixa de lutas do canal, a Combate, tem 31% de sua audiência composta por mulheres. Uma das maiores concentrações desse público no Sportv.

"Elas gostam muito mais de MMA do que de futebol", diz Pedro Garcia, diretor dos canais Sportv e Combate, que investem cada vez mais em pesquisas para entender o que o público feminino quer.

Uma recente pesquisa qualitativa do canal Combate, de pay-per-view de lutas, mostra quais as motivações das mulheres que engordam a audiência da competição na TV.

Marias-tatame? Algumas sim. Mas a maioria tem bons motivos para trocar a reprise da comédia romântica pela emoção do octógono (ringue de lutas do UFC).

"Elas querem 'desestressar' em função de toda adrenalina e a imprevisibilidade da luta", fala Pedro Garcia. "Em contrapartida, ainda se incomodam com o sangue, mas gostam do sex-appeal dos lutadores."

AULINHA

Nos canais Playboy elas querem informação. O programa com maior audiência feminina é o "Penetra", uma espécie de tira-dúvidas sexual que mostra festas de fetiches, casas de swing, tudo, sem preliminares.

A atração tem até se dedicado mais a reportagens do interesse das moçoilas.

"Ao longo dos anos, através das pesquisas, vimos que as mulheres já chegaram ao patamar dos homens no canal. A tendência agora, pelo perfil do nosso negócio, é que esse número se mantenha equilibrado", avalia Maurício Paletta, diretor dos canais Playboy.

BOM MOÇO

O "Globo Esporte", da Rede Globo, também é pautado pelas garotas.

Os gols da rodada dividem espaço com concursos para a escolha do "jogador mais bonito do campeonato" e reportagens com as "neymarzetes" (as fãs do craque Neymar, do Santos).

No comando, segue Tiago Leifert, que além de entender de futebol, agrada as donas de casa e suas filhas.

Leifert é visto como bom moço pelas mulheres mais velhas e bom partido pelas mais novas, que alimentam a audiência do "GE" também por conta do horário: 12h30.

Procurada pela reportagem da Folha, a Globo não quis se manifestar.

COLINHO

Pesquisa realizada em setembro, com um grupo de mulheres fãs de UFC, mostra que elas começaram a ver lutas na TV "de carona" com uma figura masculina.

Hoje, muitas já assistem à competição sozinhas.

Também acham que a modalidade já foi bem mais violenta anos atrás.

E elas torcem pelos lutadores. Só que com espírito maternal. O público feminino quer que vençam os mais fraquinhos, os que consideram "pobrezinhos".

Gostam dos lutadores que viveram histórias de superação e tornaram-se campeões no ringue.

"As motivações são bem diferentes das do público masculino", diz Garcia.

Há também um bom estímulo visual para essa exigente plateia.

O festival de corpos torneados e barrigas tanquinho anima a audiência, que fecha os olhos durante os golpes mais brutais.

"Elas adoram o 'festival de sarados'", diz Garcia.

As espectadoras têm até seus lutadores preferidos: Vitor Belfort e Maurício Shogun, os galãs do tatame que não vão fugir com elas de cavalo branco. E, sim, com um monte de hematomas pelo corpo e um bom prêmio em dinheiro.

(KEILA JIMENEZ)

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