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Intervenção institucional em mostras é comum

DE SÃO PAULO

Casos como o do veto à exibição de fotografias da artista Nan Goldin no Oi Futuro, que causou comoção na semana passada, se repetem na história recente do país.

Também por envolver crianças, 35 obras de Nelson Leirner chegaram a ser apreendidas pela Justiça quando expostas no Museu de Arte Moderna do Rio, em 1998.

Suas intervenções eróticas sobre imagens de bebês da fotógrafa Anne Geddes, segundo julgamento, violavam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A remoção das obras causou protestos no meio artístico.

Sete anos depois, a exposição "Erótica", no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, também levantou polêmica com a obra de Márcia X, uma imagem de terços formando o contorno de um pênis, retirada após queixas de visitantes ofendidos.

Artistas promoveram debates e chegaram a reproduzir a obra da artista em outdoors espalhados pelo Rio.

Em São Paulo, um caso de censura institucional chamou a atenção há dois anos.

Produzida com recursos do Centro Cultural São Paulo, uma fotografia de João Loureiro que mostrava ambientes de trabalho e funcionários da instituição cobertos com lençóis brancos, como se fossem fantasmas, teve de ser removida de uma exposição.

Uma funcionária se sentiu ofendida pela obra e, com apoio de outros servidores, pressionou a Secretaria Municipal da Cultura, responsável pelo CCSP, a intervir no conteúdo da mostra.

No ano passado, a Bienal de São Paulo sofreu pressão da Ordem dos Advogados do Brasil para não exibir desenhos de Gil Vicente que mostravam líderes políticos e religiosos sendo assassinados. A mesma Bienal teve de encobrir uma obra do argentino Roberto Jacoby, classificada como propaganda eleitoral de Dilma Rousseff.

(SM)

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