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Programa da TV Cultura acerta o tom da música Substituto de "Prelúdio" é mais leve do que os concursos eruditos típicos Final de "Pré-Estreia" foi gravada anteontem na Sala São Paulo e será exibida no próximo domingo, na Cultura
CRÍTICO DA FOLHA O programa "Pré-Estreia", da TV Cultura -que substituiu o antigo "Prelúdio"- acertou no tom e no formato. É mais leve do que os concursos eruditos típicos. No entanto, por ter uma banca formada apenas por músicos profissionais, é mais rigoroso do que qualquer festival televisivo. A final do concurso foi gravada anteontem na Sala São Paulo e será exibida no próximo domingo às 16h. Embora brinque elegantemente com os programas de auditório -com os quais divide o espaço da TV aberta no domingão-, a ideia não é popularizar a qualquer custo a música clássica, e nem forçá-la a ser o que não é. João Maurício Galindo e Roberta Martinelli conduzem tudo com naturalidade e as reportagens sobre os candidatos valorizam o trabalho dos professores, além de apontar que -em um mundo complexo- a arte musical pode ser um caminho possível para o jovem. Outro acerto é dar importância equivalente a solistas e conjuntos de câmara, já que a prática de grupo pode ser uma alternativa profissional criativa e inventiva. Violonistas ocuparam metade do programa final, o que denota o alto desenvolvimento do instrumento no país. O jovem duo Paulo e Marcelly (de Tatuí) foi ousado ao escolher um repertório não original para a formação, mas mostrou muita homogeneidade e coesão, e obteve a preferência dos jurados sobre o trio Atlântica (piano, violino e violoncelo). O mineiro Aulus Rodrigues, por outro lado, teve o seu violão um pouco engolido pela orquestra, mas, de qualquer forma, seria difícil tirar o prêmio do solista vencedor: o trombonista maranhense José Milton Vieira, 24, artista de musicalidade sofisticada e extrovertida. Além do prêmio de R$ 35 mil e dos cinco concertos oferecidos pelo Sesi -prêmio igualmente obtido pelo duo de violões-, Vieira terá a oportunidade de frequentar a renomada Juilliard School de Nova York. As perdas do violonista Henrique Pinto (1941-2010) e do trombonista Radegundis Feitosa (1962-2010) pesaram fortemente sobre 2010. Mas a final do "Pré-Estreia" faz de 2011 um ano de renovação, e mostra que o Brasil já é também terra de violão clássico e trombone. - Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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