Crítica Pop

Oh Land é Beyoncé com passado de bailarina, letras bizarras e cara de má

Cantora em ascensão meteórica, a escandinava Oh Land celebrou nestes dias o terceiro lançamento oficial de seu segundo disco com repertório musical tão esquisito quanto pop, com história de vida tão acidental (para ela) quanto feliz (para a música).

"Oh Land" saiu em seu país natal em março de 2011, logo depois nos EUA e agora, no fim de novembro, no Reino Unido. Como na internet ela já é forte realidade, o blá-blá-blá sobre seu nome só aumenta.

Oh Land é o nome do disco e do projeto sonoro da bonitona Nanna Fabricius, 26. E não dá para "catalogar" nem disco nem artista em nenhuma "tarja pop" sem parecer equivocado. Ou incompleto.

Nanna frequenta a onda de bonecas-que-cantam-lindas-músicas (tipo Lana Del Rey). Não é nada "hipster" na terra dos "hipsters" (hoje mora no Brooklyn, Nova York) e já teve seu marcante estilo vocal comparado a artistas díspares como Björk, Alison Goldfrapp e até Lily Allen.

Em sua biografia musical, uma história acidental precede seu tipão loira-escandinava. Adolescente rebelde, foi "incentivada" pelos pais a sair de casa aos 16 para ser bailarina na Suécia e liberar a energia que tinha e que era muito grande para prendê-la na Dinamarca.

Se formou em balé com destaque. Mas uma fratura na espinha e algumas hérnias de disco fizeram a dança perder um talento e a música ganhar uma estrela. E o pop é onde ela resolveu dar sequência à sua vocação performática.

Voltou a Copenhague, produziu o primeiro CD, "Fauna", e foi para Nova York levar a carreira mais a sério.

E esse sério é assim: imagine uma ex-bailarina dinamarquesa, de voz cristalina, fazendo um pop de conto de fadas, bom e estranho.

Pense numa Beyoncé escandinava e com cara de má. Isso lhe ajuda a se aproximar de músicas como "Rainbow", "Sun of a Gun" e "White Nights", essa com um vídeo tão maluco quanto sua pequena história. Nanna está com o bastão pop agora. Olho nela.