Nicolas Jaar, revelação da eletrônica, toca hoje em SP

Nem Richie Hawtin, nem Laurent Garnier. O pódio de melhor discotecagem "live" do principal site europeu de música eletrônica, o Resident Advisor, foi tomado por um garoto de 21 anos, o bonitão Nicolas Jaar.

Nico, como é mais conhecido, vem causando burburinho nos pick-ups por onde passa com suas melodias de batidas viajantes, ricas em nuances musicais, que vão do deep-house ao jazz.

Hoje, o frisson em torno dele será posto à prova no clube D-Edge, em noite que também conta com o DJ norte-americano Moodymann.

Foi difícil arranjar espaço na agenda do rapaz, que estuda literatura e está em período de provas.

"Estudar me ajuda a pensar em música de forma 'não musical', teórica", afirma, em entrevista à Folha.

Ele declara que suas maiores influências são o pianista Erik Satie, a lenda do ethio-jazz Mulatu Astatke e os roqueiros do Black Keys.

Com jeitão de nerd, Nico já disse em outras entrevistas que não gostava de tocar em clubes. "Agora aprendi a gostar deles", respondeu, de forma sucinta.

Já seu som, para lá de malemolente, não lembra o de outros "nerds eletrônicos", como Aphex Twin. Nico inspira uma dança suave com os quadris.

Foi aos 14 anos que Nico, nascido em Nova York, mas criado no Chile, mergulhou nas batidas eletrônicas. O "passaporte" foi um disco de vinil do DJ chileno Ricardo Villalobos dado pelo pai, Alfredo Jaar, nome importante das artes plásticas.

Aos 17, o menino prodígio criava seu primeiro single. Desde então, deslanchou. Hoje, mantém uma gravadora, o selo musical Clown and Sunset e o projeto Darkside, com influências de blues.

Nico aguarda ansiosamente pela formatura para poder se dedicar em tempo integral à carreira musical. Questionado sobre a expectativa em tocar no Brasil, dispara: "A cena musical daí é muito emocionante, não posso esperar para conhecê-la".