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Livro retrata 25 anos de oficinas de vídeo em aldeias indígenas no país

MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO

Ao longo dos últimos 25 anos, índios de 37 etnias do país usaram câmeras de vídeo para transformar as televisões de suas aldeias em espelhos com memória.

Os equipamentos foram levados em oficinas ministradas pelo projeto Vídeo nas Aldeias, tema de um livro lançado hoje pelo cineasta e indigenista Vincent Carelli, idealizador do projeto vencedor do Festival de Gramado em 2009.

Em 1969, ele visitou uma aldeia pela primeira vez, no sul do Pará, aos 16 anos.

"Como diria [o antropólogo] Darcy Ribeiro, ninguém vai a uma aldeia indígena e sai impune", disse à Folha.

A partir daí, virou militante da causa. O projeto com oficinas de vídeo em aldeias começou em 1986, a partir da ideia de que os índios precisavam representar a si próprios e preservar sua história.

"Uma tradição oral pode se perder completamente com a morte de pessoas-chave."

No livro, publicado em edição bilíngue (português e inglês), relatos de índios que participaram das oficinas são intercalados com depoimentos do próprio Carelli e trechos de filmes indígenas.

"Como a câmera grava? Como a câmera vai tirar o corpo da gente, a imagem da gente?", se pergunta o xavante Divino Tserewahú, no curta "Obrigado Irmão (1998)".

O livro traz também artigos e dois DVDs com dez vídeos, como "O Espírito da TV (1990)", premiado no Brasil, Peru, Estados Unidos e Itália.

Segundo o antropólogo da Funai (Fundação Nacional do Índio) Claudio Romero, os vídeos são usados ainda para defender demarcações de terra e brigar contra barragens.

VÍDEO NAS ALDEIAS -25 ANOS

AUTOR vários
EDITORA Vídeo nas Aldeias
QUANTO R$ 200

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