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Preço de R$ 1,99 por faixa dobra valor de um álbum

Artistas se dividem a respeito do sucesso do futuro modelo no mercado

Cobrança de R$1 por faixa vendida on-line poderia equilibrar os valores para os dois formatos de música

DE SÃO PAULO

A comparação entre comprar CDs e efetuar download de faixas pelo preço de R$ 1,99, valor ainda não oficial atribuído à loja brasileira do iTunes, deixa sempre a versão on-line mais cara.

Pode ultrapassar 100% de aumento, no caso de discografias curtas, como as de Michel Teló e Luan Santana.

No caso de carreiras longas como a de Roberto Carlos, a variação é menor, apontando menos de 50% a mais no valor do total de downloads. É que dos anos 60 aos 80, o formato de LP limitava o número de faixas entre dez e 12.

Depois do surgimento do CD, no final da década de 80, álbuns com mais faixas tornaram-se comuns. Os discos de hoje têm, em média, 15.

Para equilibrar o valor com os CDs físicos, o download de cada faixa deveria custar entre R$ 0,90 e R$ 1.

Para Paula Fernandes, outro fenômeno do sertanejo universitário, o preço não deve impedir que o modelo de negócio funcione.

"Se trata de uma grande ferramenta, sou sempre a favor de tudo que é legalizado", diz a cantora. "Será uma opção, uma cultura diferente que, bem conscientizada, tem tudo pra dar certo."

Para o cantor, compositor e tecladista do Titãs, Sérgio Britto, o preço de R$ 1,99 por faixa é "um pouco caro porque ainda vai ter que competir com o que está disponível de graça na internet".

Segundo ele, "se fosse mais barato, seria uma explosão no país. Não estou a par da negociação entre as gravadoras e a Apple, mas a tendência é de isso dar errado".

Para o executivo de uma das duas maiores gravadoras do Brasil, que preferiu não se identificar, a iTunes Store surge mais como uma fonte de renda do que como uma arma contra a pirataria.

"Claro que campanhas para incentivar a venda on-line legalizada têm sua função, mas a pirataria vai continuar. O que pesa é o bolso, e o download ainda será caro", afirma (leia mais ao lado).

Não há declarações oficiais sobre o lançamento, mas informações vazadas por gravadoras estimulam especulações no mercado.

Hoje haverá um evento misterioso da Apple para a imprensa brasileira, mas os convidados só saberão do que se trata na hora.

Na semana passada, houve outro encontro de pessoal da Apple com jornalistas, mas a expectativa sobre a loja virtual foi frustrada. Foram dadas explicações sobre funções do iPhone 4S, que chega ao Brasil nesta sexta.

ONDA DE BOATOS

Algumas informações permitem apostar que o assunto em pauta no evento de hoje seja a iTunes Store.

Deve chegar ao Brasil nos próximos dias Val Cole, da Apple, que responde pelo desenvolvimento de negócios ligados ao iTunes.

Profissionais de quatro gravadoras falaram à Folha sobre uma festa no dia 15, em um local ainda não anunciado. Marisa Monte seria a atração no evento, mas a assessoria da cantora não confirma sua participação.

No cenário atual, apenas a Apple aparece como player que teria interesse em reunir essas empresas. Lojistas também foram convidados. A relação deles com a iTunes Store se dá com os gift-cards.

Os grandes magazines venderiam cartões que dariam aos clientes crédito para consumir na loja da Apple. Mas fontes ligadas ao varejo afirmam que o sistema só ficará pronto no início de 2012.

Assim, a iTunes Store começaria funcionando no Brasil apenas com cartões de crédito internacionais como forma de pagamento.

Para as gravadoras, vender on-line aumenta sua margem de lucro porque dispensa despesas com a fabricação de CDs e a entrega do produto, custos que representam 18% do preço final nas lojas.

Enquanto o mercado quer saber se o lançamento acontecerá realmente na quinta, blogueiros fãs da Apple não têm dúvidas que o iTunes vai passar a oferecer músicas a qualquer instante.

Estão entrando sem parar na loja, esperando que as músicas apareçam. Até agora, a iTunes Store só disponibiliza no Brasil a venda de aplicativos para aparelhos da Apple.

O catálogo da loja virtual nos Estados Unidos oferece hoje 20 milhões de músicas. Há também podcasts (cerca de 1 milhão), audiolivros (20 mil) e filmes (5.000).

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