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Retrospectiva expõe a versatilidade de Maria Bonomi, 76

Artista ítalo-brasileira reconta toda a sua trajetória, das gravuras às esculturas públicas, em mostra em Brasília

Jorge Coli assina curadoria de exposição que reúne cerca de 270 peças, divididas em três eixos temáticos

NÁDIA GUERLENDA CABRAL
DE BRASÍLIA

"Da Gravura à Arte Pública", retrospectiva da ítalo-brasileira Maria Bonomi, 76, reúne cerca de 270 peças na exposição mais ampla feita sobre a artista, que é gravadora, escultora, pintora, muralista, figurinista e cenógrafa.

Apesar de ter como marca registrada as gravuras, Bonomi é também reconhecida por suas obras públicas. É dela, por exemplo, a fachada do edifício Jorge Rizkallah Jorge, na rua Bela Cintra, em São Paulo, e a escultura "Plexus", na praça Oswaldo Cruz, no início da avenida Paulista.

Parte dessas obras está representada em fotos na mostra em Brasília. Com curadoria de Jorge Coli, é guiada por três eixos: o panorama (a formação), o útero (o feminino) e o calabouço (a arte política).

O primeiro foca as xilogravuras e outras técnicas gráficas e pictóricas desenvolvidas ao longo da vida pela artista, que desde cedo frequentou importantes círculos culturais no Rio e em São Paulo.

Estão nesse espaço alguns dos desenhos feitos na infância -aos seis anos, a artista fez ilustrações em nanquim para o livro "Cobra Norato", do poeta Raul Bopp.

E também sua obra mais recente, "A Ponte". "Essa obra representa a questão da minha vida atualmente: não sei de onde vim nem para onde vou", afirma.

Bonomi faz questão de exibir as matrizes de suas obras, com o intuito de aproximar o público do seu processo de criação.

O segundo espaço, todo vermelho e espelhado, traz como destaque a obra "Paris Rilton", em alusão à herdeira da cadeia de hotéis Hilton.

Trata-se de uma escultura em bronze cercada de outras menores. Em seu interior oco, há revistas, perucas, acessórios. Um vídeo de Valter Silveira, com críticas à cultura consumista, completa a obra.

Por fim, "o calabouço" traz lembranças da artista sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-45) -que a obrigou a vir para o Brasil ainda criança- e outros temas políticos, como a prisão na ditadura.

No espaço sombrio e cheio de grades, são retratadas as "várias depressões" de Bonomi, como ela define.

Fica patente a diversidade da artista. "Eu uso todos os meios que me fornecem, eu tenho esculturas feitas com laser. Você imagina o que teria feito o Picasso com [arte] digital? O Miró com raio laser? A gravura não é uma técnica, é uma linguagem."

Bonomi diz que escolheu Brasília, fora do eixo cultural Rio-São Paulo, para sediar a exposição por considerar que a cidade tem "uma liberdade e uma independência que nenhum espaço cultural tem no país".

DA GRAVURA À ARTE PÚBLICA

QUANDO de ter. a dom., das 9h às 21h; até 8/1/2012

ONDE CCBB DF (SCES, Trecho 02, lote 22, Brasília, tel. 0/xx/61/3108-7600)

QUANTO grátis

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