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Crítica / Ação

Longa repete truques, mas tem eficiência e ritmo notáveis

PARA OS FÃS DE J.J. ABRAMS, A NOVA AVENTURA DE "MISSÃO IMPOSSÍVEL" TERÁ A CARA DE UM BOM EPISÓDIO DE "ALIAS"

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

De Ethan Hunt esperamos o mesmo que de James Bond, Peter Parker, Harry Potter e tantos outros heróis: que repita o máximo de proezas com o mínimo de variações.

Por isso, a quarta entrega da franquia "Missão: Impossível" não traz nada de novo. Se os cenários mudam para Budapeste, Moscou e Dubai, as situações repetem outras vistas turísticas de Praga, do Vaticano ou de Xangai.

Em vez de pretender reinventar a roda, a intenção aqui é prolongar o espírito serial restaurado no filme anterior, com repetições de truques e desafios já testados e aprovados. E, também, oferecer o prazer de revê-los.

Para os fãs de J.J. Abrams, a nova aventura terá a cara de um bom episódio de "Alias", série que, aliás, recuperava para a TV do século 21 as mirabolâncias do seriado "Missão: Impossível", cujo original dos anos 60 hoje parece arcaico.

Abrams desta vez não dirige, mas detém o controle como produtor. Quem pôs a mão na massa foi Brad Bird, cujo talento para conduzir peripécias ficou demonstrado na animação "Os Incríveis".

Tantas recorrências confirmam a guinada feita em "Missão: Impossível 3", marcado por uma lógica própria de funcionamento das séries.

A constituição de um vínculo afetivo por meio da noiva, Julia, por exemplo, agregou camadas ao personagem de Tom Cruise, que desse modo ganhou motivações e emoções, além de um passado e um futuro.

Essas possibilidades dão estofo às novas aventuras do time da IMF (Impossible Mission Force). Não se trata mais apenas de impedir as malvadezas de um superterrorista.

Mesmo depois de cair na ilegalidade, o grupo se mantém unido graças a dívidas pessoais e a comprometimentos afetivos que ultrapassam a tarefa um tanto impessoal de salvar o mundo.

Nesse sentido, eles aparecem ao mesmo tempo como um timaço de espiões e como família, tema duplo que o diretor Brad Bird trabalhou com resultados emocionantes na animação "Os Incríveis".

Em vez de recorrer a diretores de estilos muito pessoais, como Brian De Palma e John Woo, que assinaram os dois primeiros filmes e roubaram a atenção para si, desta vez a série preferiu se concentrar na eficiência.

Além do humor, a experiência de Bird com animações agrega um controle formidável de ritmos, algo raro em blockbusters, que costumam entediar com o excesso de ação.

MISSÃO IMPOSSÍVEL: PROTOCOLO FANTASMA

DIREÇÃO Brad Bird

COM Tom Cruise, Jeremy Renner e Simon Pegg

PRODUÇÃO EUA, 2011

ONDE Center Norte Cinemark, Interlar Aricanduva Cinemark, Espaço Unibanco Pompeia, Cinépolis Iguatemi Alphaville e circuito

CLASSIFICAÇÃO 12 anos

AVALIAÇÃO bom

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