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Crítica Drama Overdose de clichês e fofura, longa representa real perigo para diabéticos ANDRÉ BARCINSKICRÍTICO DA FOLHA Parabéns ao gênio de marketing que programou a estréia de "Românticos Anônimos" para o fim de semana de Natal. Essa comédia romântica franco-belga não é exatamente um "filme de Natal" -não tem renas ou Papai Noel-, mas certamente vai cair no gosto de todos que se emocionam com decoração natalina na Paulista, neve falsa em shoppings ou comerciais de TV com vovôs beijando netinhos. É uma overdose de fofura que representa um real perigo para diabéticos. O filme conta a história de Angélique (o nome diz muito), interpretada por Isabelle Carré, uma talentosa fabricante de chocolate que se apaixona por Jean-René (Benoît Poelvoorde), dono de uma fábrica de chocolates. Ambos são tímidos e -surpresa- têm enorme dificuldade com o sexo oposto. Angélique é tão doce, tão fofa e tão ok, me rendo: tão angelical, que desmaia em qualquer situação mais íntima. Já seu pretendente, Jean-René, é tão tímido e sem jeito com mulheres que leva para um encontro romântico uma mala com diversas camisas, que troca quando estão ensopadas de suor. Em seu jantar com Angélique, o suadouro é tamanho que ele se vê obrigado a escapar pela janela do restaurante. O filme apela a alguns dos mais nauseabundos clichês de comédias românticas: a música cafona, o inescapável número de caraoquê e personagens abobalhados que não conseguem realizar as tarefas mais comezinhas quando estão "in love", como se o amor fosse uma lobotomia. O filme traz ainda um agravante: a analogia entre o chocolate e a "doçura" dos personagens. Dá vontade de sair do cinema e traçar uma feijoada em protesto. O filme, pelo menos, tem a qualidade de ser curto: 80 minutos e você já está liberado para sair de lá e ficar engarrafado na árvore de natal da Paulista. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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