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Televisão

Revolucionária, 'Família Soprano' volta no sábado

Série criou padrão de qualidade da HBO e será exibida do começo na Band

Produção acompanha dia a dia de família chefiada por mafioso com ataques de pânico e ganhou 88 prêmios

SANDRO MACEDO
de são paulo

Em janeiro de 1999, temas como violência, drogas, corrupção ou ausência moral eram aludidos com discrição na televisão americana. Até que a politicamente incorreta "Família Soprano" estreou, e tudo mudou.

Nesta semana, a Band volta a apresentar a série, que teve sua sexta e última temporada em 2007.

Não é a primeira vez que o programa é transmitido na TV aberta, mas suas passagens por SBT e pela própria Band foram ou em horários absurdos (a primeira) ou incompletas (a segunda).

A partir de sábado, a emissora paulista exibirá a série semanalmente, desde o primeiro episódio, às 23h15.

"Família Soprano" virou referência na televisão e revolucionou em vários sentidos a produção dos seriados.

Seu criador, David Chase, levou o projeto para duas grandes redes americanas sem sucesso até bater na porta da HBO, que deu sinal verde e não criou dificuldades nem para a escolha do protagonista, com o gordo, careca e não exatamente atraente James Gandolfini.

A emissora colheu os frutos: a série rendeu o primeiro Emmy (o Oscar da TV americana) na categoria drama e instituiu algo como um "padrão HBO de qualidade".

No quesito máfia, "Família Soprano" pende muito mais para o filme "Os Bons Companheiros" do que para "O Poderoso Chefão".

A história gira em torno de Tony Soprano (Gandolfini), comandante da máfia em Nova Jersey que é mandado para uma psiquiatra (Lorraine Bracco) após sofrer seguidos ataques de pânico.

Mas seus problemas são domésticos, comuns a qualquer família americana, e não decorrentes do dia a dia na organização que lidera. Esse é o trunfo da série.

Sua mulher (Edie Falco) está em constante atrito com a filha adolescente. Sua mãe sofre com problemas decorrentes da idade, mas não aceita ir para um asilo. E seu tio, irmão mais velho de seu pai, queria o seu lugar.

Entre uma crise familiar e outra, o mafioso cobra com rigor dívidas de agiotagem, frequenta casas de strippers, se livra da concorrência à força e planeja outros golpes.

Uma das séries mais laureadas da TV (ao todo, foram 88 prêmios e mais de 200 indicações), "Família Soprano" também precisou assimilar as mudanças do país.

O atentado de 11 de Setembro contra as Torres Gêmeas, por exemplo, é discutido durante a quarta temporada.

Treze anos depois do lançamento, algumas referências que surgem na tela envelheceram muito mais do que a série. Mas a herança da liberdade criativa deixada pela "Família Soprano" é mais presente do que nunca. "Mad Men", "Boardwalk Empire" e companhia agradecem.

NA TV

Família Soprano

Série sobre máfia

QUANDO sáb., às 23h15, na Band

CLASSIFICAÇÃO 14 anos

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