Luciana Villas-Boas deixa Grupo Record

O Grupo Record comunicou, em nota, que a sua diretora editorial, Luciana Villas-Boas, vai deixar o cargo no fim de março.

Os bastidores da mudança foram revelados ontem pela Folha.

O maior grupo editorial do país no setor de obras gerais (exclui didáticos, técnicos e religiosos) informou que a saída se dá por razões "estritamente pessoais". Luciana Villas-Boas vai abrir uma agência literária e, segundo a nota, terá de ficar parte do tempo no exterior.

Mas, conforme a Folha antecipou, há motivos mais profundos. A relação entre a diretora, no cargo há mais de 16 anos, e o comando da empresa estava desgastada.

A perda para a Companhia das Letras dos direitos de publicação da obra de Carlos Drummond de Andrade gerou, no ano passado, uma crise no grupo, causando o afastamento temporário de Luciana -o fato não foi divulgado à época, e ela reassumiu.

Outros elementos contribuíram para a instabilidade da diretora. Um deles é o fato de, mesmo sendo o maior conglomerado do setor, o Grupo Record não conseguir emplacar mais tantos best-sellers quanto outrora -enquanto editoras menores inundam as listas de mais vendidos.

Com 15 editoras e selos (como a carro-chefe Record, José Olympio, Civilização Brasileira, Bertrand e Best Seller), o grupo tem 7.300 títulos em catálogo.

Na nota, o presidente, Sergio Machado, e a vice, Sonia Machado, agradecem a Luciana e lhe desejam sucesso.

Num e-mail a amigos e colaboradores, Luciana diz que, quando entrou, a Record era uma "editora média" e que hoje é um "grupo editorial".

Nem a nota nem o email mencionam os atritos.