Painel das Letras

O próximo

Editores brasileiros dão como certo que a aquisição de 45% da Companhia das Letras pelo grupo Pearson/Penguin foi somente o primeiro passo para a entrada de grandes empresas anglo-saxãs no Brasil -até então só as ibéricas haviam chegado. Na bolsa de apostas, o nome mais mencionado como o próximo é o da americana Random House, que pertence à alemã Bertelsmann (com forte atuação no setor didático). Questionada pela coluna, a Random House informou, por meio de um porta-voz, que tem "grande respeito e grande interesse pelo mercado de livros brasileiro", mas que por ora não faz nenhum negócio aqui. A britânica Macmillan (do grupo alemão Verlagsgruppe) enviou representante no ano passado ao país e colheu dados do mercado local com entidades de classe, como a CBL.

Colegiado

A reestruturação motivada pela sociedade com a Penguin/Pearson cria quatro publishers na Companhia das Letras: Maria Emília Bender (Companhia das Letras, Companhia de Bolso e Edição Econômicas), Matinas Suzuki Jr. (novos projetos), Lili Schwarcz (Quadrinhos na Cia.) e Julia Schwarcz (Companhia das Letrinhas, Claro Enigma, Boa Companhia e juvenis). Todos já eram diretores ou editores, mas acumulam funções do antes publisher único, Luiz Schwarcz, que pelo novo organograma passa a ser CEO (chefe-executivo). Será criado um departamento para livros digitais, e o de divulgação aos professores ganhará força.

Comissão de frente

Richard Poulin, professor da School of Visual Arts, em Nova York, incluiu no seu livro "The Language of Graphic Design" (2011) capas do escritório Casa Rex. "Linguagem, Escrita e Poder", "Introdução à Filosofia" e "Introdução à Linguística Textual" (acima), saíram pela WMF Martins Fontes; "A Maldição do Olhar" e "Brincos de Ouro e Sentimentos Pingentes", pela Biruta.

Renascimento

Ex-diretora editorial da Objetiva, que deixou em outubro passado após 17 anos, Isa Pessoa está num período sabático em Florença. Faz cursos de italiano e de pintura de afrescos e afirma que voltará ao mercado após o Carnaval, sem mais contar. "Estou tratando de pensar em coisas novas, me inspirar, para voltar com mais energia. Estava mesmo precisando desse tempo agora." Ela descarta se unir a Luciana Villas-Boas, que deixa a mesma função na Record (onde está por quase o mesmo período). E diz que é apenas coincidência o fato de a futura agência literária da colega se chamar Villas-Boas & Moss. Moss é o sobrenome de seu ex-marido Hugo e do novo sócio de Luciana, Raymond.

Greenblat em Paraty O americano Stephen Greenblatt participará da décima Flip. Ele lança, pela Companhia das Letras, "A Virada", ganhador do National Book Award de não ficção.

Paixão Anna Dantes e Carlito Azevedo criaram o selo artesanal Pipa Livros, que estreia com uma tradução dele de "Haikus", de César Aira. "É um manifesto amoroso ao processo de fazer um livro", diz ela, que também voltou à ativa na sua brava e cult Dantes.

*Tratos ao verso*O crítico e professor Ítalo Moriconi será o curador da reedição da obra de Mario Quintana, cujos volumes iniciais saem neste ano pela Alfaguara.

Balada Gay Marcelino Freire, da Balada Literária, e André Fischer, do Festival Mix Brasil, planejam para este ano uma versão "simpatizante" do evento -como diz brincando o escritor- em que será celebrada a "diversidade literária" do Brasil e do mundo.

Raduan na Balada A sétima edição da versão já consolidada da Balada Literária, de 16 a 20 de novembro, terá como homenageado Raduan Nassar.

Lua Pelo centenário de Luiz Gonzaga (1912-1989), em dezembro, a Planeta publicará livro infantil sobre o Rei do Baião, com versos em cordel de Arievaldo Viana e ilustrações de Jô Oliveira.

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