Oscar volta no tempo

Jaap Buitendijk/Associated Press

O ator Asa Butterfield como Hugono filme de Scorsese

O Oscar deste ano verá uma batalha entre o cinema mudo e o 3D, após as indicações anunciadas ontem.

De um lado está "O Artista", filme em preto e branco que disputa dez estatuetas e leva vantagem por ter recebido muitos prêmios. Do outro, está "A Invenção de Hugo Cabret", estreia de Martin Scorsese no 3D, indicado em 11.

Outro trabalho com a nova tecnologia também teve destaque: "Pina", do alemão Wim Wenders, sobre a coreógrafa Pina Bausch, concorre a melhor documentário.

Entre as animações, "Rio", do brasileiro Carlos Saldanha, ficou de fora da competição, mas Sergio Mendes e Carlinhos Brown foram indicados pela canção "Real in Rio", do mesmo filme.

Apesar das técnicas antagônicas, "O Artista" e "Hugo Cabret" prestam homenagens ao cinema do passado e têm certo sotaque francês. O primeiro, uma produção francesa que estreia no Brasil em 10/2, fala de um ator americano do cinema mudo que se nega a fazer filmes falados.

Já o segundo, com estreia em 17/2, relembra o pioneiro francês Georges Méliès e refaz em 3D seu famoso curta "Viagem à Lua"(1902).

Ambos disputam os Oscars de filme e direção, assim como "Meia-Noite em Paris", "Os Descendentes" e "A Árvore da Vida". Diferentemente dos dois anos anteriores, só nove trabalhos concorrem ao Oscar principal, graças a uma nova regra que determina que, para ser indicada, uma obra deve ter sido apontada como a preferida de ao menos 5% dos votantes.

"Cavalo de Guerra", que se passa na 1ª Guerra Mundial, e "Os Descendentes", sobre uma família em crise no Havaí, receberam seis e cinco indicações, respectivamente.

O iraniano "A Separação", favorito a filme estrangeiro, também concorre a melhor roteiro original. Os vencedores serão anunciados em 26/2.