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Opinião Oscar 2012

Safra de filmes ruins deve forçar divisão de principais prêmios

Estatueta de melhor longa deve ficar entre "O Artista" e "Os Descendentes"; Scorsese é favorito para direção

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Poucas surpresas no anúncio dos indicados ao Oscar.

Em um ano sem grandes favoritos -não há um "Titanic" ou "A Lista de Schindler" para levar a maioria dos prêmios-, a tendência é de que a Academia distribua as estatuetas entre vários filmes. "Diplomacia" é a palavra de ordem.

Mais do que um prêmio, o Oscar sempre foi uma muleta da indústria do cinema. As indicações são usadas para alavancar bilheterias e ajudar estúdios.

E isso ficou ainda mais claro em 2009, quando as regras foram mudadas para incluir até dez títulos ao prêmio de melhor filme.

A safra de filmes de 2011 foi tão ruim que nem dez produções a Academia conseguiu indicar. Neste ano foram nove, incluindo um filme malhado pela crítica ("Tão Forte e Tão Perto").

O prêmio de melhor longa deve ficar mesmo entre "O Artista" e "Os Descendentes".

Nas categorias principais, tudo de acordo com o roteiro: Martin Scorsese é o favorito para levar o prêmio de melhor diretor, por "A Invenção de Hugo Cabret".

George Clooney é barbada para o prêmio de melhor ator, até porque "Tudo pelo Poder", que ele dirigiu, ficou de fora das principais indicações do Oscar. Outro que ficou de mãos abanando foi Clint Eastwood ("J. Edgar").

Na categoria de atriz, deverá haver uma disputa dura entre a veterana Meryl Streep ("A Dama de Ferro") e a novata Michelle Williams ("Sete Dias com Marilyn"), com ligeiro favoritismo da segunda, até pelo ineditismo.

Christopher Plummer é o favorito na categoria de melhor ator coadjuvante, por "Toda Forma de Amor". Na categoria de melhor atriz coadjuvante, a briga é boa entre Octavia Spencer ("Histórias Cruzadas") e Bérénice Bejo ("O Artista").

Duas boas surpresas foram as indicações para "A Árvore da Vida" nas categorias de melhor filme e diretor (Terrence Malick). O filme não deve levar nenhum dos prêmios, mas a simples menção é um alento para quem gosta de um cinema autoral. Outra surpresa positiva foi a indicação de Gary Oldman, por "O Espião que Sabia Demais".

Já as esnobadas que levaram Albert Brooks, soberbo como mafioso em "Drive", Michael Fassbender ("Shame") e Tilda Swinton ("Precisamos Falar sobre o Kevin") surpreenderam.

Mas a maior surpresa da lista foi mesmo a indicação de "Tão Forte e Tão Perto", um dramalhão sobre um menino às voltas com lembranças do pai, que morreu no ataque das Torres Gêmeas. Se bem que, de uma Academia que indicou "Kung Fu Panda 2" e "Cavalo de Guerra", pode-se esperar qualquer coisa.

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