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A hacker que veio do frio

Indicada ao Oscar, Rooney Mara estrela com Daniel Craig filme dirigido por David Fincher baseado no best-seller "Millenium"

Fotos Divulgação
No alto, a atriz Rooney Mara no papel de uma hacker; à dir., Daniel Craig vive um jornalista
No alto, a atriz Rooney Mara no papel de uma hacker; à dir., Daniel Craig vive um jornalista

FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A CANCÚN, MÉXICO

É de perder a conta a quantidade de penteados que a atriz Rooney Mara desfila nas cenas de "Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres", em que vive o papel de uma hacker antissocial com talento para caçar criminosos, voando de moto pelas ruas geladas de Estocolmo.

O trabalho intenso para entrar na pele da personagem Lisbeth Salander, além das pesquisas de cabelo e tatuagens, acabou rendendo a Mara sua primeira indicação ao Oscar neste ano.

Vai competir com as veteranas Glenn Close ("Albert Nobbs"), Viola Davis ("Histórias Cruzadas"), Michelle Williams ("Sete Dias com Marilyn") e Meryl Streep ("A Dama de Ferro").

O filme, dirigido pelo americano David Fincher ("A Rede Social") e indicado ao Oscar em outras quatro categorias técnicas, é baseado no best-seller do autor sueco Stieg Larsson (1954-2004), cuja trilogia "Millennium" já foi levada aos cinemas por diretores europeus em 2009.

VÍTIMA DE ABUSOS

Lisbeth, uma garota enigmática de 23 anos com um histórico de abusos sexuais, faz uma parceira improvável com o jornalista Mikael Blomkvist (Daniel Craig), contratado por um rico empresário aposentado (Christopher Plummer) para desvendar o desaparecimento de sua sobrinha, 40 anos atrás. O caso leva à descoberta de uma série de assassinatos.

"Fui a um centro de vítimas de estupro, conversei com algumas mulheres e li muito sobre isso. Também visitei uma escola que ensina crianças com autismo", disse Mara, 26, numa conversa com jornalistas em Cancún, no México, acrescentando que teve aulas de computação, kickboxing e motocicleta para encarnar a personagem.

"O filme é sobre Lisbeth e Mikael, seus segredos e atitudes. E não sobre um serial killer", explica a atriz.

Os penteados moderninhos, que parecem mudar a cada virada de câmera e lhe dão um certo ar punk de butique, foram essenciais.

"Uma vez que pude cortar os cabelos, descolorir as sobrancelhas e tudo mais, foi como dar o último passo. A mudança visual talvez tenha sido o que mais me ajudou no processo."

MENOS 15 GRAUS

Fincher diz que seu interesse pelo projeto veio do fato de ser "algo para adultos". "Não o escolhi por ser cheio de coisas pesadas, mas também não tive nenhum receio em lidar com elas", afirmou o diretor de 49 anos.

Apesar do elenco principal não ser sueco, a trama foi rodada em cidades do país, em temperaturas que chegavam a menos 15 graus.

Fincher sabe que as comparações com o filme original serão inevitáveis.

"É ingênuo pensar que não haverá comparação, mas vejo meu trabalho como uma interpretação de um material literário", disse o diretor.

"Não conversei com Niels [Arden Oplev, diretor do primeiro filme], mas vi seu trabalho. E foi muito benfeito. São filmes diferentes, nossos ovos estão em cestas levemente diferentes."

Mara e Craig dizem que não viram os longas suecos. O ator inglês de 43 anos tinha acabado de rodar o filme de ação "Cowboys & Aliens" quando foi chamado ao set de Fincher.

"Acho que nunca estive em tão boa forma. Comecei a comer e beber, foi a principal direção que me deram ao chegar lá", disse Craig, rindo. "Sem querer provocar, mas eu passei a me comportar como um jornalista."

A jornalista FERNANDA EZABELLA viajou a convite da Sony.

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