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Cinema

Clooney encarna pai de família em crise no drama "Os Descendentes"

Vencedor de dois Globos de Ouro, filme de Alexander Payne tem cinco indicações ao Oscar

Longa marca volta do diretor de "Sideways" a enredos sobre homens angustiados que decidem pegar a estrada

DE LOS ANGELES

Oito anos depois do sucesso de "Sideways - Entre Umas e Outras" (2004), o diretor Alexander Payne volta à carga com outro drama sobre um homem ansioso que decide pegar a estrada para uma jornada de reavaliação pessoal.

Desta vez, no lugar das vinícolas californianas, seu protagonista transita pelas praias do Havaí. E, no lugar do amigo baladeiro, ele tem a companhia das duas filhas.

"Os Descendentes" foi indicado a cinco categorias do Oscar, incluindo melhor filme, direção e ator (George Clooney). O protagonista já recebeu um Globo de Ouro, e o longa também ficou com o troféu de melhor drama.

Clooney vive o patriarca que tenta manter a família unida quando sua mulher sofre um acidente de barco e entra em coma. Ele descobre que ela tinha um segredo e parte em busca de compreensão, com a ajuda da primogênita (Shailene Woodley, da série "A Vida Secreta de uma Adolescente Americana").

A recorrência de filmes de estrada e personagens masculinos confusos ("As Confissões de Schmidt", de 2002, também se encaixa nesse perfil) no currículo de Payne não é proposital, diz o diretor.

"Em retrospecto, percebo que acontece de forma intuitiva", afirma ele, vencedor do Oscar de roteiro por "Sideways". "Gosto de capturar angústia dos meus protagonistas", completa.

Payne confirma a lenda de que Clooney vive fazendo piadas no set de filmagens. Na primeira semana, chegou até mesmo a temer que o astro não fosse se concentrar para viver o personagem.

"Ele faz essas brincadeiras para se energizar. Adora fazer a equipe rir, porque diz que eles são o público mais difícil do mundo, que já viu de tudo e está [inserido] no meio", conta. "No fundo, é um comediante preso num corpo de um astro de Hollywood."

O próximo trabalho de Payne será o longa em preto e branco "Nebraska", mais um filme de estrada, desta vez envolvendo pai e filho.

"Não sei porque temos que destruir o preto e branco. É tão legal. A única regra no cinema é não ter regras", sentencia, frisando que fará uma versão a cores para a TV.

Seu principal rival no Oscar é justamente um filme em preto e branco, "O Artista", mas ele diz não dar bola para premiações. "Eu não espero nada. Quero que as pessoas vejam meu filme, espero que algumas gostem e que dê algum lucro", disse.

"Faço meus filmes com os orçamentos mais baixos possíveis para garantir minha liberdade criativa e tirar a pressão de elementos comerciais."

(FERNANDA EZABELLA)

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