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Foco

Documentário sobre periferia de Brasília vence Tiradentes

MATHEUS MAGENTA
ENVIADA ESPECIAL A TIRADENTES (MG)

Os documentários foram destaque na premiação da 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que terminou no último sábado (dia 28).

"A Cidade É uma Só?", de Adirley Queirós, venceu o prêmio do júri da mostra competitiva Aurora. O filme aborda a retirada de moradores de invasões em Brasília nos anos 1970.

"HU", longa de Pedro Urano e Joana Traub Csekö sobre o prédio do hospital universitário da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ficou com o prêmio do júri jovem. "O Mineiro e o Queijo", em que o cineasta Helvécio Ratton trata da produção de queijos artesanais, foi eleito o melhor longa pelo público do evento.

Ao receber o prêmio por "A Cidade é uma Só?", Queirós comparou o processo de retirada dos operários e familiares que passaram a morar em invasões durante a construção de Brasília ao cumprimento da reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), no último dia 22.

"Se meu filme tem alguma relação com eventos recentes, é com Pinheirinho. Brasília passou pela mesma higienização covarde. Lá, as pessoas foram jogadas na rua e surgiram lugares como a periferia Ceilândia", disse Queirós à Folha.

Para ele, na ação policial em São Paulo, que resultou em conflito com parte das 700 famílias que viviam no local, "só faltou jogar álcool e queimar os moradores".

Realizado a partir de um edital para filmes que tratassem dos 50 anos de Brasília, o documentário aborda a CEI (Campanha da Erradicação de Invasões), promovida na capital federal nos anos 1970.

A sigla acabou se tornando parte do nome que se deu à área: Ceilândia. Uma das personagens do filme, Nancy Araújo, participou da gravação do "jingle" da CEI, chamado "A Cidade É uma Só".

Já entre os curtas, "Quando Morremos à Noite", de Eduardo Morotó, venceu o prêmio do júri da mostra Foco e "L", de Thais Fujinaga, recebeu o prêmio do público.

O festival de Tiradentes exibiu 116 filmes e recebeu um público de cerca de 35 mil pessoas, segundo estimativa dos organizadores do evento.

O repórter MATHEUS MAGENTA viajou a convite do festival.

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