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Filme Falado Michel Hazanavicius, criador de "O Artista", conta os desafios de fazer cinema mudo hoje
DE LOS ANGELES A limusine para na frente do casal, na porta do hotel cinco estrelas, em Los Angeles. "Só podem ser estrelas de cinema", diz, tentando adivinhar, um hóspede. Talvez se não falasse tão alto e não estivesse tão colorida num vestido azul brilhante, seria mais fácil reconhecer Bérénice Bejo, atriz do filme mais improvável e comentado da temporada, mudo e preto e branco. Ela está ao lado de Michel Hazanavicius, seu marido, que escreveu e dirigiu "O Artista". No longa, o astro do cinema mudo George Valentin (Jean Dujardin) se nega a entrar para os filmes falados, na Hollywood dos anos 20. O ator conta com a ajuda da dançarina Peppy Miller, interpretada por Bejo. "Fizemos apesar de tudo, apesar do senso comum. Há algo de tocante nisso", diz Hazanavicius, no bar do mesmo hotel, algumas semanas depois. Aos 44, ele é diretor de duas sátiras de espionagem protagonizadas por Dujardin, uma delas rodada no Rio. Leia a entrevista: -
Folha - Quantas vezes lhe perguntaram se você era louco?
Por que escolher, hoje, fazer um filme mudo? A ideia era fazer um filme mudo hoje, mas sem ser velho, mesmo sendo de época, com o benefício de 80 anos de sofisticação de narrativa. Achei que tinha um filme que ninguém tinha feito antes.
O que deu mais trabalho?
E o que muda para os atores?
O que acha de Hollywood gastar tanto em novas tecnologias e um filme como o seu roubar a cena e os prêmios? É um filme bem estranho, em preto e branco, eles falam e você não ouve. É uma estranha representação da realidade. Talvez as pessoas se sintam tocadas porque é um filme muito improvável, que surge do nada.
Você se sente um peixe fora d'água nessas premiações?
Sente que está carregando a bandeira da França? |
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