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Ines de la Fressange cria guia baseado no estilo das parisienses

Livro está entre os mais vendidos no Brasil e ressalta conforto, praticidade e charme

VIVIAN WHITEMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ines da la Fressange é uma das mulheres mais elegantes da França, segundo os franceses. Essa fama local lhe deu autoridade para escrever "A Parisiense", um guia de estilo que pretende destrinchar o guarda-roupa e os hábitos das moradoras da capital maior da moda.

Musa do estilista Karl Lagerfeld, da Chanel, e ex-modelo (ela de vez em quando ainda se aventura na passarela da grife), Ines é uma bonitona que já passou dos 50. O livro, que já está na lista dos mais vendidos no Brasil, no entanto, é ilustrado com fotos de sua filha Nine, 17, um "clone" juvenil da autora.

A parisiense, segundo Ines, parece um pouco chata para se vestir. O guarda-roupas básico desse mito da elegância é: blazer marinho, trench coat, suéter marinho, camiseta, jeans, jaqueta de couro e um pretinho básico.

Não pode muito brilho, muita mistura, muita estampa. Não pode muito nada.

Para a roupa de noite, Ines até que flerta com Yves Saint Laurent. Mas o fato é que a parisiense, diz a autora, é mais Chanel. Não se trata das roupas da marca, mas da imagem de moda imortalizada pela criadora Coco Chanel.

Um dos focos é a adaptação de peças do guarda-roupas masculino. A parisiense não curte muito fru-fru. O caráter repetitivo das peças lembra o uniforme, os toques militares estão por toda parte.

Os marinheiros são uma referência forte. Chanel, aliás, pirava num uniforme, segundo registra a história. Paris, aliás, nunca superou totalmente a Segunda Guerra, a moda que o diga.

O trunfo desse guarda-roupas racional é a adequação fácil a diversas situações e o intercâmbio de looks. As bases são o conforto, a praticidade e o charme.

A autora só peca em certo ponto, quando tenta ser mais uma pós-moderninha chata e diz que a leitora pode escolher ignorar todas as regras. Besteira. O guia todo tem lógica. Esse súbito "pode tudo" é uma farsa que tira toda a graça da brincadeira. Ignore.

No Brasil, o imaginário "multitudo" da moda afasta as mulheres do modelo criado por Ines. Mas dá para tentar ser parisiense de vez em quando. É só pensar no livro como guia para montar uma fantasia sóbria.

A PARISIENSE

AUTORES Ines de la Fressange com Sophie Gachet

EDITORA Intrínseca

TRADUÇÃO Adalgisa da Silva

QUANTO R$ 49,90 (239 pág.)

AVALIAÇÃO bom

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