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Festival reflete o atual estado do mundo, diz diretor

Escalação reúne documentários que abordam a Primavera Árabe e os protestos na Europa em 2011

Competição tem nomes menos reconhecidos; Zhang Yimou e Stephen Daldry participam com filmes fora da disputa

DO ENVIADO A BERLIM

Um dos destaques da 62ª Berlinale, que em suas 14 seções apresenta 355 filmes, além de debates e conversas com diretores, é o foco na chamada Primavera Árabe, no ciclo denominado "De e Sobre o Mundo Árabe".

O festival irá se debruçar sobre a onda revolucionária que tomou o Oriente Médio, no ano passado, abordando as transformações em Egito, Tunísia, Líbano e Síria, entre outros países, basicamente pela visão de documentários.

Só na seção Panorama, a segunda mais importante do evento, na qual também será exibido "Xingu" (leia mais no texto ao lado), sete filmes abordam essa questão.

Já na seção Berlinale Special, na qual Werner Herzog apresenta seu novo "Death Row" (corredor da morte), outras duas produção abordam a Primavera Árabe.

Um dos destaques é "Reporting A Revolution" (reportando... uma revolução), documentário de Bassam Mortada sobre o papel da mídia independente no levante egípcio no ano passado.

"O foco na revolução árabe no programa da Berlinale busca refletir as questões atuais", diz o diretor do festival, Dieter Kosslick, reforçando a temática política e social do evento.

Outro assunto atual que o festival consegue abordar é a onda de protestos na Europa, inspirada pelo livro "Indignados!", de Stéphane Hessel, que levou milhares de jovens às ruas da Espanha no ano passado.

O filme homônimo, dirigido por Tony Gatlif, tem estreia mundial no festival e será exibido na seção Panorama. Conta a história ficcional de uma jovem imigrante ilegal que é testemunha dos eventos na Europa, filmados em tempo real.

O cineasta é o mesmo de "Exílios" (2004), já lançado no Brasil e premiado em Cannes como melhor diretor.

No entanto, Kosslick procura ressaltar a diversidade do evento: "A maioria dos filmes não é explicitamente política. Há muitos filmes sobre violência, pornografia ou fantasia que não representam um manifesto político, mas refletem o estado do mundo".

URSO DE OURO

Num festival marcado por um alto número de estreias, a mostra competitiva não conta com nomes reconhecidos na direção.

A exceção fica por conta dos irmãos Taviani, que concorrem ao Urso de Ouro com "Cesare Deve Morire" (Cesar deve morrer).

Nomes fortes como o chinês Zhang Yimou, com "The Flowers of War" (as flores da guerra), e o inglês Stephen Daldry, por "Tão Forte e Tão Perto", indicado ao Oscar de melhor filme, serão exibidos na principal seção, mas fora de competição.

E o Brasil, que já ganhou o Urso de Ouro com "Central do Brasil" (1998) e "Tropa de Elite" (2008), concorre agora com "Tabu", do diretor português Miguel Gomes (de "Aquele Querido Mês de Agosto"). O filme é uma coprodução entre Portugal, Alemanha, França e Brasil.

(FABIO CYPRIANO)

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