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Municipal de SP relembra Semana de 22

Programação traz, a partir da próxima quarta, duas óperas modernistas, além de música de câmara e sinfônica

"Magdalena", de Villa-Lobos, foi concebida em 1948 como espetáculo da Broadway e chega pela 1ª vez à cidade

JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Theatro Municipal começa na próxima quarta-feira uma programação para lembrar os 90 anos da Semana de Arte Moderna, com música de câmara e sinfônica, balé e, sobretudo, duas óperas modernistas: "Magdalena", de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), e "Pedro Malazarte", de Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993).

Nunca encenada em São Paulo, "Magdalena", com cinco récitas entre os dias 15 e 25, foi concebida em 1948 como musical da Broadway e é uma colagem de composições de Villa-Lobos, para a qual os norte-americanos Robert Wright e George Forrest escreveram um libreto.

A produção, originalmente montada em Paris pelo Teatro do Châtelet (2010) conta a história de Maria (Rosana Lamosa, soprano) e Pedro (Rubens Medina, tenor) em meio à luta, na Amazônia, contra a opressão do general Carabaña (Sávio Sperandio, baixo).

A Sinfônica Municipal é regida por Gustavo Petri, e a direção cênica, na remontagem brasileira, de Jean-Philippe Delavault, que disse privilegiar "o desejo de liberdade e a revolta contra a injustiça".

É um espetáculo deslumbrante pelas cores das luzes e de um cenário que representa a floresta de modo estilizado, com música, diz Delavault, "que surpreende".

"Pedro Malazarte" terá quatro récitas e será a segunda parte de um espetáculo em que o Balé da Cidade de São Paulo exibe a coreografia inédita "Suíte Vila Rica", também de Camargo Guarnieri (leia texto ao lado).

Na ópera, o malandro Malazarte (Sebastião Teixeira, barítono) interfere nas amarguras conjugais da Baiana (Edneia Oliveira, mezzo-soprano) e do Alemão (Eric Herrero, tenor).

Há boas surpresas nessa história de infidelidade aparentemente singela, diz o diretor Cleber Pappa. A começar pelo cenário, imensa reprodução do "Abaporu", tela de Tarsila do Amaral (1886-1973). No libreto de Mário de Andrade o anti-herói surge em cena com uma porta e um gato, que na montagem se humanizam na pele de atores-bailarinos.

A música de câmara unirá o pianista Caio Pagano e os integrantes do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo para um programa que trará, no sábado, Villa-Lobos e Claude Debussy.

Quanto ao espetáculo sinfônico, Jamil Maluf rege no domingo, dia 26, às 11h, a Orquestra Experimental de Repertório, com um programa modernista até a medula.

Trará o "Batuque", de Lorenzo Fernandes, a "Momoprecoce", com solista de piano (Pablo Rossi), de Villa-Lobos, e a "Sinfonia Popular nº 1", de César Guerra-Peixe.

A peça de Villa, diz o maestro, "delineia o contorno do Carnaval", dentro de "um rio caudaloso de melodias", em que o compositor escapa excepcionalmente de sua tendência de não desenvolver, por meio de seguidas variações, os temas melódicos que escreveu.

semana de 22 no municipal

QUANDO de 15 a 26 de fevereiro

ONDE Theatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 0/xx/11/3397-0327)

INFORMAÇÕES teatromunicipal.sp.gov.br

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