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Os reis do riso

Livros e especial de TV mostram longevidade de "Seinfeld" 14 anos após fim de uma das mais aclamadas séries de comédia da história

John Gress - 17.mai.11/Reuters
Jerry Seinfeld
Jerry Seinfeld

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Jerry Seinfeld voltou à TV na semana passada para contar piadas e vender carros, num comercial na final de futebol americano. Para tanto, conseguiu até mesmo amaciar um dos personagens mais famosos da série "Seinfeld", o irritadiço Soup Nazi.

"Sopa para você!", diz o personagem, um vendedor de sopa em Nova York que rejeita clientes mal-educados com o bordão "No soup for you!" (nada de sopa para você!).

Na propaganda, Jerry quer comprar o novo carro na frente de todos e tenta convencer o primeiro da fila a dar-lhe o lugar, oferecendo a deliciosa sopa do bigodudo.

O vídeo foi visto 16 milhões de vezes no YouTube e chega na esteira de outros lançamentos ligados a personagens menores do seriado, um dos mais influentes da TV graças ao humor com situações absurdas do cotidiano e frases de impacto que viraram parte da cultura pop.

A série terminou em 1998, num episódio visto por 76 milhões de pessoas, terceira maior audiência da história da TV nos EUA.

"Acho que as pessoas são obcecadas por 'Seinfeld' porque se reconhecem nos personagens ou enxergam a própria família", disse à Folha a escritora Tama Ryder, coautora do livro recém-lançado "Where's the Watch?!" (Staff Picks, US$ 14, 150 págs.), sobre o ator Len Lesser (1922-2011), o Uncle Leo, tio orgulhoso e briguento de Jerry.

Após 50 anos de carreira, Lesser só conheceu a fama ao participar de 15 episódios do seriado. No livro, mais que grandes momentos, relembra as dificuldades da vida em Hollywood, como quando perdeu um trabalho com Alfred Hitchcock e uma vaga em "Juventude Transviada" (1955),de Nicholas Ray.

"Para Len, era só mais um trabalho para pagar as contas, nunca houve um contrato", diz a autora. "Por isso, muitas vezes Jerry o chamava de última hora, mas ele tinha de passar porque se comprometera com outra coisa."

PERDEDORES

A sina de perdedor, comum a personagens do próprio seriado (como no quase eterno desempregado George Costanza), se repete na obra de outro ex-"Seinfeld", o comediante Fred Stoller.

Ele narra em "My Seinfeld Year" os bastidores do difícil ano que passou como roteirista do programa.

A obra é a mais vendida há duas semanas no Kindle Single, loja que agrupa um novo formato à venda na Amazon.com, por US$ 1,99 (cerca de R$ 3,50), mais barato do que um livro comum.

Ele fala da rivalidade entre os colegas e também das humilhações das reuniões em que cada um tinha que apresentar suas ideias, a maioria esnobada por Jerry e Larry David, criadores da série.

"Larry era mais envolvido com os roteiristas, mais compreensível. Jerry era reservado, mais difícil de se aproximar", disse Stoller por e-mail.

Ele, que também atuou num episódio como o namorado desmemoriado de Elaine (Julia Louis-Dreyfus), resume assim o sucesso de "Seinfeld": "A série nunca tentou estar na moda, só lidava com as pequenas excentricidades da vida."

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