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Silver Apples promete hipnose coletiva

Conhecida por suas batidas minimalistas e referências psicodélicas, banda toca hoje em SP e domingo no Recife

DANILA MOURA
DE SÃO PAULO

"Dance no meio de estrelas ao som de guitarras doces, queimando os dedos no Sol." Para embarcar na viagem psicodélica das letras do grupo Silver Apples, basta desprendimento e ouvidos abertos.

A banda nova-iorquina precursora do krautrock (gênero que surgiu na Alemanha dos anos 60, marcado por experimentos de rock com elementos eletrônicos e sintetizadores) se apresenta sob a batuta de um dos seus criadores, Simeon Coxe 3º, hoje, em São Paulo, e domingo, no festival Rec-Beat, no Recife.

O palco paulistano deve receber uma plateia que terá de domar com dificuldade a vontade de dançar presa às poltronas numeradas.

Criada em 1968, a banda hipnotiza o corpo com batidas minimalistas sem grandes recursos tecnológicos. Algumas vinham da bateria convencional de Danny Taylor, morto em 2005.

Ruídos agudos tilintam nas melodias dançantes extraídas de osciladores eletrônicos comprados em sucateiros -o maior trunfo da dupla.

A maioria era resto de equipamentos do Exército americano usados na Segunda Guerra Mundial. Por que não sintetizadores profissionais? "Eram muito caros", responde, sucinto, Coxe à Folha.

O primeiro álbum do duo foi lançado em 1968 e catalisou a produção eletrônica futura com clássicos como "Oscillations" e "Lovefingers".

Em "Contact" (1969), davam as caras as influências lisérgicas na capa com alusões indiretas ao consumo de LSD. Nela, Coxe e Taylor pilotam um avião pelo espaço.

O músico relembrou a amizade com Jimi Hendrix. "Uma das primeiras bandas de Jimi teve Danny como baterista. Ele curtia os osciladores misturados aos riffs de guitarra. Fizemos parte do disco 'The Garden' com um equipamento que ele nos deu."

Já Coxe foi apresentado aos osciladores por meio de um amigo maestro. Entre as influências do Silver Apples, ele cita R&B. "Na adolescência, fugia para ver Fats Domino tocar", confessa.

Sobre o título de pioneiro da eletrônica, desconversa. "A música eletrônica já existia. A diferença é que preferimos utilizar osciladores, pois a parafernália da época ocupava muito espaço."

Depois de sofrer um acidente numa turnê nos anos 1990, Coxe ficou com os movimentos limitados. "Ainda assim, toco o terror nos osciladores." Alguém duvida?

Simeon Coxe 3º indica bandas alternativas
folha.com/remix

SILVER APPLES

QUANDO hoje, às 21h, no Sesc Vila Mariana (r. Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3000); domingo, às 22h, no Cais da Alfândega (Recife)
QUANTO em SP, de R$ 6 a R$ 24; no Recife, grátis
CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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