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Crítica Contos

Força do estilo do autor intensifica o impacto de tramas medianas

ADRIANO SCHWARTZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ainda que as histórias de "Lance Mortal" sejam anunciadas como policiais e que elementos do gênero estejam certamente presentes, é o fato de, em alguns momentos, a força do estilo de William Faulkner (1897-1962) aparecer que as torna especiais.

Os seis contos -um deles, o que dá nome ao volume, quase uma novela- giram em torno de casos do advogado Gavin Stevens e são ambientados no mítico condado de Yoknapatawpha.

Nenhum se aproxima de qualquer das obras-primas de um dos mais importantes escritores do século 20, mas aqui e ali o jogo com o ponto de vista de quem conta a história ou o uso sofisticado de repetições intensificam o impacto de narrativas que se desenrolavam medianas.

JOGO DE XADREZ

O ponto alto da obra é o texto final, o mais longo de todos, no qual, em meio a um jogo de xadrez entre Stevens e seu sobrinho e ao caso de dois irmãos envolvidos com um aventureiro argentino, acontecimentos importantes do passado do protagonista são revelados.

Dos outros textos do volume, talvez o mais interessante seja "Monk" ("Ele era um debiloide, talvez mesmo um cretino; nunca deveria ter ido para a prisão..."), no qual um homem com problemas mentais é preso por um crime que não cometeu.

Trata-se, enfim, de uma obra que interessará mais aos admiradores do escritor norte-americano do que aos fãs mais ortodoxos de narrativas policiais.

ADRIANO SCHWARTZ é professor de literatura da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

LANCE MORTAL

AUTOR William Faulkner
EDITORA Benvirá
TRADUÇÃO Wladir Dupont
QUANTO R$ 34,90 (256 págs.)
AVALIAÇÃO bom

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