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Laerte vai ao 'Roda Viva' para debater transgeneralidade Na sabatina, o cartunista também mencionou o projeto de fazer uma nova revista em quadrinhos com Angeli Programa, gravado na terça passada, vai ao ar hoje na TV Cultura, com Caco Galhardo e Anna Verônica Mautner RODRIGO LEVINOEDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA” O cartunista da Folha Laerte é o entrevistado do "Roda Viva" que vai ao ar hoje, às 22h, pela TV Cultura. O programa foi gravado na última terça-feira em São Paulo. "Há uma conexão possível -involuntária e bem-humorada- entre a minha participação e a segunda-feira de Carnaval, época em que a transgeneralidade é aceita mais abertamente", disse ele, que se veste como mulher há três anos. Laerte foi sabatinado pela escritora Milly Lacombe, pelo professor Paulo Ramos, pela psicanalista Anna Verônica Mautner e pelos cartunistas Caco Galhardo e Angeli, que também publicam tirinhas na "Ilustrada". Boa parte da conversa orbitou em torno do incidente recente em que o cartunista Laerte foi censurado, pela cliente de uma pizzaria em São Paulo, por ter usado o banheiro feminino. O assunto tomou ares de polêmica depois que ele o abordou nas redes sociais e buscou esclarecimentos junto à Secretaria de Justiça do Estado. "Não tenho interesse em processar o estabelecimento. A mim me interessa mais o debate sobre preconceito; com argumentos, sem agressividade", esclarece. PÂNICO Segundo ele, "há um pânico trabalhado pela direita no Brasil" em torno das questões de sexualidade. "Um medo infundado e infantil de uma 'revolução gay' que estaria em curso e vai colocar os heterossexuais em guetos. Isso é ridículo", opina ele, que continua usando banheiros masculinos e femininos. "Aleatoriamente", diz. O modo incansável como tem se disposto ao debate, de acordo com ele, se deve ao processo lento e doloroso que o levou a assumir uma nova identidade. "Ninguém foi mais duro comigo do que eu mesmo até me tornar assim", contou ele, que, em uma história publicada em 1989 na revista "Los 3 Amigos", parceria dele com Angeli e Glauco (1957-2010), aparecia como "Laertón". E justificava: "Sou transformista!". "Laertón era um alter ego. A questão da transgeneralidade já existia potencialmente em mim nessa época, digamos assim." NOVO PROJETO Outro assunto mencionado no programa de entrevistas foi o projeto de uma nova revista de quadrinhos, em parceria com Angeli. "Desde o fim da revista 'Chiclete com Banana', acalentamos o sonho de uma publicação que reúna quadrinistas brasileiros e estrangeiros, reportagens gráficas e também sobre a história dos quadrinhos. Mas ainda é um projeto", contou. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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