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O mundo de Andy Warhol

Escritos entre os anos 70 e 80, os "Diários" registram ideias, amigos e o lado trivial do artista, morto há 25 anos

DE SÃO PAULO

Publicados originalmente em 1989, os "Diários de Andy Warhol" ganham nova edição no Brasil, desta vez em formato de bolso e em dois volumes (ed. L± 610/534 págs.; R$ 29 cada um; tradução de Celso Loureiro Chaves; organização de Pat Hackett).

Escritos entre 1976 e 1987, no auge de sua fama, os textos de Warhol (1928 - 1987)compõem um retrato vívido do mundo da arte e do espetáculo no final do século 20.

Em tom a um só tempo trivial e ferino, ele registrou os movimentos de contracultura de Nova York, as grandes festas e exposições, e também muitas fofocas sobre o meio artístico.

Sobram relatos, quase sempre bastante inusitados, sobre figuras como o arista plástico Jean-Michel Basquiat, a escritora Anita Loos e o escritor Truman Capote.

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"Anita [Loos (1888-1981), autora de 'Os Homens Preferem as Loiras'] me contou que conseguiu manter a amizade com Paulette [Godard, atriz de 'Tempos Modernos' (1936), de Chaplin] por nunca fazer uma pergunta direta. Eu disse que tinha cometido meu grande erro ao perguntar 'Como era sua vida sexual com Chaplin?'"

15 de março de 1977

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"Não pensei que Jean-Michel [Basquiat (1960-1988), artista plástico] viesse, mas quando estávamos esperando na fila no aeroporto ele apareceu, tão louco, mas uma graça, adorável. Não dormia há quatro dias, disse que me observaria quando eu dormisse. Tinha meleca por todo lado. Ficou assoando o nariz nos sacos de papel"

5 de outubro de 1983

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"E Mickey [Rourke, ator] é tão adorável. Burro, mas com alguma magia. E aí umas mulheres vieram buscá-lo e são todas do mesmo tipo, uns 1m80 de altura, bonitas, nada de especial. E ele e Chris Walken se beijaram tão suavemente nos lábios quando se despediram, pareciam gays"

14 de março de 1985

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"Ah, e no início ele [Robert Towne, roteirista de 'Chinatown'] citou minha frase - 'No futuro todo mundo terá quinze minutos de fama' -, só que disse 'dez minutos', e aí foi engraçado porque Mark Rydell, o diretor, veio quinze minutos depois e citou a mesma frase e disse "quinze minutos" e aí ele e Robert Towne ficaram discutindo e tive de concordar com Towne porque afinal eu estava na mesa dele."

10 de janeiro de 1982

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