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Iraniano experimenta as delícias e dores do sucesso

ANA PAULA SOUSA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No próximo domingo, quando chegar ao Teatro Kodak, em Los Angeles, Asghar Farhadi vai, decerto, mobilizar câmeras, flashs e bloquinhos de repórteres.

Indicado ao Oscar de produção estrangeira e roteiro original por "A Separação", Farhadi tem experimentado a dor e a delícia de ter chegado aonde chegou.

A delícia é o sucesso: "Jamais poderia imaginar tantos prêmios. Eles funcionam como uma grande publicidade para o filme dentro e fora do Irã". No Brasil, "A Separação" vendeu cerca de 100 mil ingressos nos cinemas.

A dor é a pressão. Se, um ano atrás, quando saiu com o Urso de Ouro do Festival de Berlim, o cineasta discutira a liberdade de expressão e defendera o colega Jafar Panahi, preso pelo regime, agora adota uma postura mais cautelosa.

"Mr. Farhadi não se sente à vontade para responder perguntas sobre isso", intervém a relações públicas quando a Folha faz perguntas sobre Panahi e sobre a reação do governo a sua visibilidade.

Se o tema é a dificuldade de criação sob os olhos rígidos dos censores, Farhadi diz, apenas, que quem vive no Irã aprende a driblar obstáculos. "É como perguntar para alguém que vive em um deserto escaldante como é atravessar a vida sob tanto calor", compara.

"As condições árduas são parte da nossa existência. Não podemos escapar disso porque, simplesmente, vivemos assim desde que somos crianças."

FILME EM PARIS

A despeito de estar se preparando para rodar o próximo longa em Paris, o diretor assegura que é no Irã que continuará trabalhando.

"Tenho certeza de que vou continuar fazendo quase todos os meus filmes no Irã. Sair do país nunca foi, para mim, uma tentação", diz. "Felizmente, fui um dos que, apesar de todos os entraves, conseguiu realizar os projetos nos quais acreditava."

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