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Crítica Romance

"Cães", de Vivien Lando, traz diário de vira-lata filosófica e com alma de diva

SÍLVIA CORRÊA
COLUNISTA DA FOLHA

Eles são felizes? Sofrem com a doença e a morte? Sentem ciúmes? E saudades?

Todo dono de cão que se preze adoraria ter essas respostas. E são elas que a escritora e diretora cênica de ópera Vivien Lando nos oferece em "Cães", um livro narrado em primeira pessoa por Lou, uma vira-lata com alma de diva, falante e pensante -aliás, como todos eles.

Não há na obra delongas científicas nem comprovadas interpretações do comportamento canino. O livro é um exercício de sensibilidade e imaginação de uma amante do universo canino.

Em rápidas 68 páginas, Lando dá voz a Lou. E a humanizada cachorrinha nos conta como compreendeu diversas passagens da vida -do nascimento à morte da irmã e da mãe, passando pela paixão pelo sobrinho Sacha, as inúmeras mudanças da família e a própria doença.

Nesse diário da filosófica vira-lata sobram lições para nós, "estranhos e atrasados bípedes". E uma delas diz respeito ao que talvez seja uma das maiores angústias dos amantes desses animais: por que eles vivem tão pouco?

"A vantagem da rapidez de nossas vidas é a rapidez como superamos problemas", escreve Lou.

"Para um cachorro adulto, uma semana é suficiente para entender o tamanho da questão, um mês para elaborá-la e mais alguns dias para esquecê-la. Somos econômicos em complicações emocionais por simples falta de tempo", conta a vira-lata.

História simples para donos apaixonados. Convite a vivermos de forma mais descomplicada a vida tão breve.

CÃES

AUTOR Vivien Lando

EDITORA Record

QUANTO R$ 22,90 (68 págs.)

AVALIAÇÃO bom

LANÇAMENTO hoje, às 19h, no Bar Balcão (rua Dr. Melo Alves, 150; SP; tel. 0/xx/11/ 3063-6091)

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