Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Folhateen

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Eu, meme

Criar ou virar um meme na internet rende fama instantânea, diversão e, se você não tiver bom humor, uma legião de "trolls"

RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

"Mamilos são polêmicos", "menos a Luíza, que está no Canadá", o melô do pintinho Piu e "xingar muito no Twitter": se você não estava em Marte nos últimos meses e teve acesso à internet, é muito provável que conheça essas frases, os vídeos dos quais elas saíram e os seus criadores. São exemplos dos chamados memes.

Trocando em miúdos, memes são expressões que viram febre na internet e, à medida que vão se espalhando, ganham versões das mais variadas formas.

Mais ou menos assim: uma frase, imagem ou expressão que se transforma em música, fotomontagem, GIF animado ou tudo isso junto.

Depois, são reproduzidas em sites, blogs, redes sociais e ferramentas de conversação instantânea.

Mas e quando o assunto passa, o que muda na vida dessas pessoas?

FAMA METEÓRICA

"A fama na internet é uma ilusão", alerta Maurício Cid, 26, do blog Não Salvo, que tem 4 milhões de visitas por semana e vive de caçar e lançar memes.

Para Cid, "capitalizar com status ou dinheiro a fama alcançada na internet não é regra". Pelo contrário. "É muito possível que em uma semana o meme seja tratado como assunto velho", diz ele.

Foi o que aconteceu com Bruno Nicoletti, 11, que ficou conhecido depois de gravar e divulgar no YouTube um vídeo de 19 segundos em que repete que "mamilos são polêmicos".

Passado o rebuliço, que lhe rendeu o apelido de "Garoto Mamilos", o assunto ficou só na memória dos internautas. E a vida de Nicoletti voltou ao normal.

"As pessoas ainda me reconhecem na rua. É bem engraçado", disse ele ao "Folhateen". O estudante contou ter criado o vídeo por acaso. "Eu estava entediado e resolvi fazer brincadeiras na webcam."

Além de ter ganhado milhares de acessos ao vídeo e um apelido, Nicoletti foi a programas de TV: "Gostei de ter meus 15 minutos de fama". Mas não passou muito disso.

O contrário, por exemplo, do grupo de funk Avassaladores, que ficou famoso por causa da música "Sou Foda", que narra as improváveis aventuras sexuais de Victor Vieira, 19, o vocalista.

O sexteto carioca, formado por Victor, Nego, BR, Nenzinho e DJ Salgueirinho, costumava se apresentar uma vez por semana por um cachê de R$ 200.

Depois de 12 milhões de visualizações do vídeo no YouTube, o grupo contratou um empresário, conquistou uma agenda lotada de shows e hoje ganha até R$ 2.000 por apresentação. De apenas um por semana, os shows pularam para até oito no mesmo período.

A IRA DOS "TROLLS"

Mas o sucesso também tem seu preço. Uma das reações imediatas ao meme é a "trollagem". É quando os personagens enfrentam a ira de quem não achou a menor graça e os xinga muito na internet.

"A 'trollagem' funciona mais ou menos como o apelido indesejado que você ganha na escola. Quanto mais você se irritar, mais vão chateá-lo. O melhor é ignorar ou encarar com bom humor", aconselha Alexandre Inagaki, 37, consultor de comunicação.

Para Rafael Sbarai, 25, especialista em mídias digitais, "não vale a pena despender tanta energia com críticas". Para a maioria dos memes, "a fama é como um foguete: logo some no espaço."

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.