Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Crítica Drama

Finlandês é fiel ao cinema político, mas não abre mão do afeto

PEDRO BUTCHER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em "O Porto", o diretor finlandês Aki Kaurismäki abandona sua habitual Helsinque e aponta a câmera para a cidade francesa de Le Havre.

Lá, procurou uma improvável alquimia entre seu estilo nórdico e o temperamento latino dos personagens.

Mas a mudança é apenas superficial. Como Helsinque, Le Havre é uma cidade portuária, muito semelhante à capital finlandesa.

E a aparente frieza do estilo de Kaurismäki (câmera austera, interpretações distanciadas) sempre foi carregada de afeto.

O diretor convocou uma trupe de atores que se adaptou perfeitamente ao seu estilo, com destaque para André Wilms, que faz Marcel Marx, homem que sobrevive engraxando sapatos, e Jean-Pierre Darroussin, como o inspetor da polícia.

Marx ajuda uma criança africana, encontrada junto a um grupo de imigrantes ilegais, a se esconder.

O diferencial de "O Porto" é seu olhar apurado sobre determinados aspectos da cultura francesa, à margem da trama principal. São conversas no fundo de cena e pequenos momentos que demonstram uma paixão crítica sobre o que é "ser francês".

Ao mesmo tempo, ao abordar o problema da imigração e da complexa relação da França com a África, Kaurismäki se mantém fiel a um cinema político -mas sem abrir mão do afeto.

O PORTO

DIREÇÃO Aki Kaurismäki
PRODUÇÃO França/Finlândia, 2011
COM André Wilms, Kati Outinen
ONDE nos cines Sabesp, Lumière Playarte e Reserva Cultural
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ótimo

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.