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'Piracema' tem inspiração na experiência de grupo em favela Espetáculo acontece dentro de complexo não pacificado no Rio AMANDA QUEIRÓSCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Por mais brasileira que seja a dança de Lia Rodrigues, criada e desenvolvida desde 2004 dentro da Favela da Maré, no Rio, a coreógrafa se vê, a cada nova peça, diante de uma situação inusitada. O exemplo mais recente é "Piracema", que já foi à França e à Bélgica, mas estreou no país apenas anteontem. Tem sido mais fácil conseguir financiamento no exterior do que por aqui. "No Brasil, é difícil ter continuidade porque o apoio vem em forma de editais", afirma Rodrigues. Hoje, a companhia tem um patrocínio de dois anos da Petrobras, mas é na Europa onde encontra fidelidade, com apresentações até 2014. "Piracema" é um tipo de continuação de "Pororoca" (2009), quando a coreógrafa levou ao palco dores e sabores da vida em coletividade. Desta vez, são 11 solos, dançados ao mesmo tempo, para falar de "solidão compartilhada". O nome vem do fenômeno em que peixes nadam contra a correnteza para desovar na nascente do rio. A inspiração, que se desdobrará ainda em um terceiro espetáculo, está na própria experiência do grupo na favela. Não à toa, esta temporada dribla o tráfico do lugar, ainda não pacificado, e acontece ali, na sede da companhia. "Como vivemos em sociedade e nos relacionamos com o que é diferente? As questões sobre segurança e violência passam por aí. Meu trabalho está dentro do mundo e dialoga com a vida", diz ela.
PIRACEMA |
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