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Autor teve obras queimadas nos Estados Unidos

COLUNISTA DA FOLHA

A importância da obra de Kurt Vonnegut não é medida apenas pelos prêmios e honrarias recebidos, pelas vendas e por seu séquito de fãs mas também pela indignação que provocou em certos setores da sociedade norte-americana.

"And So It Goes" resgata uma dessas histórias, lembrando que, nos anos 1970, os romances de Vonnegut aos poucos conquistavam espaço entre a dita "literatura séria". Prova disso era o fato de seus livros passarem a ser usados em cursos de literatura no ensino médio. Não sem polêmica, porém.

Uma professora de uma escola do Alabama foi sumariamente demitida por ter distribuído a seus alunos uma seleção dos contos de "Welcome to The Monkey House" (bem-vindo à casa do macaco). O conselho da escola considerou o texto "lixo literário". Vonnegut protestou, pedindo a intervenção da União Americana pelas Liberdades Civis contra esse tipo de censura e contra os "queimadores de livros".

A fogueira literária, citada apenas figurativamente, acabou acontecendo de fato. Em 1973, uma aluna de uma escola de Dakota do Norte reclamou que a classe estava lendo "Matadouro 5", que considerava "obra profana".

O conselho escolar da pequena comunidade de Drake, então com 650 habitantes, concordou. Não apenas baniu a obra, como mandou recolher todos os exemplares distribuídos aos alunos, e os livros foram queimados na fornalha da escola.

Muitos estudantes apoiaram a iniciativa. Mas houve quem se rebelasse, manifestando sua indignação jogando tomates, lixo e ovos podres nos carros de membros da direção da escola.

(RL)

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