Após Tim Maia, ator Tiago Abravanel quer gravar CD

Na temporada teatral carioca do ano passado, muito se falou em Tiago Abravanel, 24, o neto de Silvio Santos que protagoniza "Tim Maia - Vale Tudo, o Musical".

Baseado na biografia escrita por Nelson Motta, o espetáculo atraiu mais de 100 mil espectadores desde a estreia por lá, em agosto. E chega amanhã a São Paulo.

Tiago tem currículo considerável em teatro. Começou aos 16 anos, no infantil "Avoar". Depois, participou de montagens de maior repercussão, como "Miss Saigon", "Pinóquio" e "Hairspray".

Integrava o elenco da novela " Amor e Revolução", da emissora do avô, quando veio o convite para viver Tim Maia.

Longe da família, ficou pop. O personagem do teatro vem rendendo a ele convites para participar de inúmeros programas de TV, em que se dedica a ser Tim Maia, mostrando suas versões para os clássicos do cantor.

Sua voz vai estar na abertura de "Louco por Elas", nova série de João Falcão, na Globo -a música é "Mamãe Passou Açúcar em Mim", sucesso de Wilson Simonal nos anos 1960. Como ator, vai estar em "Salve Jorge", novela das 21h de Gloria Perez, na mesma emissora.

Nesse Carnaval, chegou onde queria: no grande público. "Admiro cantores cults, que fazem shows para poucos, mas é a massa que me fascina. Sou comunicador."

"Fui convidado pela Ivete para ir a Salvador, cantei com ela no trio e com a Preta Gil no camarote 2222", diz. "Com Preta, cantei só Tim Maia. Com Ivete, fiz músicas dela. Pela primeira vez, cantei como eu mesmo: Tiago."

DISCURSO

É muito natural que, após tanta repercussão em torno de sua voz, Tiago começasse a pensar em uma carreira de cantor para além do teatro.

A gravação de um disco já consta de seus planos. Mas, segundo ele diz, ainda busca um discurso, "o que tenho a dizer às pessoas".

"Sempre fui ator que canta, mas nunca tinha me visto como cantor", diz. "Um show do Tiago Abravanel não vai ser Tim Maia ou Hamlet cantando. Serei eu. E isso envolve uma série de questões artísticas e pessoais sobre as quais nunca parei para pensar."

Nunca parou, mas está parando. Ele, que começou a se interessar por música quando viu um espetáculo de sapateado aos nove anos ("Sempre fui ligado ao universo mágico da Disney"), vem conversando com suas amigas conectadas ao mercado do disco.

"Quero explorar a sensibilidade e a sensualidade", diz. "Então, jantei com Ana Carolina e Maria Gadú e perguntei como é esse caminho para a música. São pessoas com quem me identifico, referências para entender como essas coisas funcionam."