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Veterana do musical brasileiro faz sua 1ª versão da Broadway

Soraya Ravenle, 49, divide a cena com José Mayer em "Um Violinista no Telhado", que chega a SP nesta semana

LUCAS NEVES
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Dois fatores fazem do musical "Um Violinista no Telhado", que tem pré-estreias nesta semana em São Paulo, uma linha singular no currículo da atriz Soraya Ravenle, 49.

O enredo do espetáculo, que estreou em 1964 e logo se inscreveu no cânone da Broadway, roça a história da intérprete. Em cena, uma aldeia judaica da Rússia czarista alterna ritos e quiproquós familiares sob a sombra dos pogroms, ataques que visavam expulsar judeus do país.

Soraya é filha de judeus poloneses que aportaram no Brasil pouco antes da 2ª Guerra, fugindo da perseguição.

Além disso, a produção dirigida por Charles Möeller marca a estreia da atriz em uma adaptação de um musical estrangeiro. Em 25 anos de dedicação quase exclusiva ao gênero, a niteroiense só havia emprestado a voz a canções de compatriotas, num conjunto de partituras que inclui Dolores Duran, Nelson Gonçalves, Chico Buarque e Lupicínio Rodrigues.

"A demora não foi proposital. A dramaturgia [de Joseph Stein, a partir de contos de Sholom Aleichem] é impecável. Aqui ainda buscamos a excelência dramatúrgica", diz ela, que encarna Golda, contraponto austero ao marido, Tevye (José Mayer), espécie de líder do povoado.

A atriz avalia que, em termos técnicos, o musical feito no Brasil "chegou à maioridade". O diagnóstico não se repete no quesito sofisticação de linguagem, em que "ainda estamos na infância, tateando, utilizando vez por outra recursos mais óbvios".

"Mas não podemos ser cruéis. Não dá para exigir tanto de algo que foi retomado há cerca de 15 anos [depois do hiato que sucedeu o ocaso do teatro de revista]. Por que não podemos errar um pouco, ser redundantes?", afirma ela, ao ser questionada sobre a profusão de biografias cênicas de expoentes da música brasileira, sobretudo nos palcos cariocas, nos últimos anos.

"Talvez tenha sido necessário trazer o público desse jeito. Por que não usar esse ouro [o cancioneiro nacional] para fazer algo popular? Vale tudo, desde que haja qualidade", completa Soraya.

Bailarina de formação, ela começa a amadurecer o projeto de um musical que ponha a dança em pé de igualdade com o texto e a música. Também acerta os detalhes para uma turnê de seu primeiro disco solo, "Arco do Tempo" (2011), com repertório de Paulo César Pinheiro.

UM VIOLINISTA NO TELHADO

QUANDO pré-estreias amanhã e sexta; estreia dia 16/3; qui., às 21h, sex., às 21h30, sáb., às 17h (a partir de abril) e 21h, e dom., às 17h; até 15/7
ONDE teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, tel. 0/xx/11/5693-4000)
QUANTO de R$ 40 a R$ 200
CLASSIFICAÇÃO livre

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