Obra de Antonio Prata e Laerte põe em xeque ideal de felicidade permanente

O que acontece quando um príncipe e uma princesa saídos das páginas de um conto de fadas descobrem que a sentença "viveram felizes para sempre" é, na verdade, uma maldição?

Esse é o ponto de partida de "Felizes Quase Sempre", narrativa infantojuvenil de Antonio Prata, colunista da Folha, com ilustrações de Laerte Coutinho, que publica tiras no jornal. O livro será lançado hoje em São Paulo.

Na história, o casal, fadado à felicidade eterna, descobre num belo dia de sol que ser feliz para sempre tornara-se extremamente entediante e monótono. E começa a buscar uma saída para o castigo.

Resolvem então reunir no salão principal do palácio personagens famosos de contos de fada, como chapeuzinho vermelho, cinderela e rapunzel, para, juntos, acharem um antídoto para o terrível veneno que é ter que "viver feliz para sempre".

E a solução encontrada pela insólita trupe foi procurar um escritor e fazer com que ele reescrevesse o fim das histórias de cada um. E o escritor procurado é justamente Antonio, o autor do livro.

"Felizes Quase Sempre" pode ser definido como uma sátira mordaz à estrutura dos contos de fada, na qual os maus chafurdam na lama e os bons, ao triunfarem, recebem o discutível prêmio de ser feliz para sempre.

Ao questionar a felicidade como prêmio, o livro coloca em xeque o mito que é dirigir uma vida no sentido da obtenção da felicidade permanente e estável.

Com ilustrações envolventes de Laerte e linguagem bem humorada, a obra pode ser lida tanto por crianças quanto pelos adultos com alma infantil.

FELIZES QUASE SEMPRE
AUTOR Antonio Prata, com Larte
EDITORA Editora 34
QUANTO R$ 28
LANÇAMENTO Hoje, às 11h, na loja Amoreira (r. dos Macunis 510; tel. 0/xx11/3032-5346)