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Anunciado há 4 anos, Complexo Cultural Luz ganha croqui

Prédio terá três salas de espetáculos com 2.750 lugares no total, além de companhia de dança e escola de música

Obra, que sofreu vaivém orçamentário e está estimada em R$ 500 milhões, não deve ficar pronta antes de 2016

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo apresentará hoje o projeto para transformar um terreno baldio na Luz (centro da capital) num colosso artístico com 70 mil m² -quase três vezes o Pavilhão da Bienal.

Antiga rodoviária, mais recentemente cercado pela cracolândia, o espaço em frente à Sala São Paulo abrigará o Complexo Cultural Luz.

Lá serão erguidas três salas de espetáculos (2.750 lugares no total), café, biblioteca, estacionamento para mil carros e as sedes da São Paulo Companhia de Dança e da Escola de Música Tom Jobim.

Construções transparentes permitirão que partes sejam vistas da rua. Um dos arquitetos, o suíço Jacques Herzog, já definiu sua criação como um "projeto nu, com seus ossos e estruturas expostos".

MAIS 'MIGNON'

A empreitada mais ambiciosa do Estado, contudo, demorou para entrar em compasso. Foi anunciada em 2008. As obras deveriam ter começado em 2010, mas acabaram empurradas para o começo de 2013, segundo o secretário Andrea Matarazzo. Não devem sair antes de 2016.

O orçamento sofreu um "efeito sanfona" de quatro anos para cá. No começo, a secretaria estimou que o custo total do empreendimento seria de R$ 312 milhões.

Matarazzo diz à Folha que o projeto "foi crescendo com o tempo" e raspou o teto de R$ 1 bilhão. A estimativa atual (R$ 500 milhões) é metade -mas 60% acima da original.

O tamanho também encolheu. Antes, previam-se 95 mil m² de área construída.

A escola musical acolheria 4.000 alunos. Agora, serão 1.800. "O Estado não tem perspectiva [para tanta gente]", diz Matarazzo. Também foi abandonada a ideia de erguer uma fábrica de cenários.

A demolição do quarteirão começou em 2010, mas parou por meses à espera de um acerto com donos de imóveis. Disputas entre empresas para levar as construções abaixo também brecaram a obra.

Outra fonte de atrito: a escolha de uma firma suíça de arquitetura. A contratação foi questionada por dispensar concorrência ou concurso público. O governo disse que pesou o "notório saber".

A um custo de R$ 43 milhões, o projeto leva a assinatura do escritório Herzog & De Meuron, grife do estádio olímpico de Pequim e do museu Tate Modern, em Londres. Para Matarazzo, a ideia é que o complexo "passe a ser referência arquitetônica".

Colaborou MATHEUS MAGENTA

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