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Crítica MPB Em novo disco, cantora não arreda o pé da zona de conforto RODRIGO LEVINOEDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA” Não é de admirar que Maria Bethânia tenha achado "difícil" o disco mais recente de Gal Costa, sua contemporânea. A ousadia de "Recanto" em tudo difere de "Oásis de Bethânia", o 34º álbum de estúdio de sua carreira. Ao longo de dez canções, compostas por medalhões como Roque Ferreira, Candido das Neves, Chico Buarque, Djavan, Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro, a cantora derrama sua voz em arranjos caudalosos e recita versos, sem arredar o pé da zona de conforto. O risco a que ela se permitiu foi, depois de 25 anos, abdicar da produção de Jaime Alem. Hamilton de Holanda, Lenine, Djavan, Maurício Carrilho, Jorge Helder e André Mehmari tomaram para si essa responsabilidade. A sonoridade, no entanto, permanece intacta quando colocada em perspectiva com os discos da fase de Alem (1985-2010). É o caso, portanto, de esperar o de sempre e pinçar as pérolas do disco. E elas existem. Vide a interpretação poderosa de "O Velho Francisco", de Chico Buarque, a delicada e inédita balada "Vive", de Djavan, ou o falsete afinadíssimo com que ela abre "Carta de Amor", de Paulo César Pinheiro. Esta segue percussiva, adornando versos recitados com força. É o ponto alto do disco. De resto, "Oásis" é um álbum que flagra -mais uma vez- uma cantora ciosa de sua obra, com olhar afiado para as canções que melhor se afeiçoam à sua voz, mas, também, acomodada.
OÁSIS DE BETHÂNIA |
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