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Depoimento

O dia em que eu quase entrevistei George Plimpton

SÉRGIO DÁVILA
EDITOR-EXECUTIVO

Eu vi George sendo George numa noite do verão de Nova York, em 2003. Mr. Nova York por excelência, figura icônica da cidade, o criador da "Paris Review" frequentava, por coincidência cósmica, o mesmo lugar de hambúrgueres que eu.

Era o P.J. Clarke's da Terceira Avenida, mas o legítimo sujinho celebrizado por David Drew Zingg nas páginas deste jornal, não o reduto de bacanas atual, com filial no Upper West Side e no Itaim paulistano.

Plimpton esperava um táxi, e seu 1,93 m de altura, jeitão do personagem principal de "Meu Tio", de Jacques Tati, e indefectível chapéu o tornavam reconhecível a léguas de distância.

Tomei coragem, apresentei-me e pedi uma entrevista. Ele me passou seu e-mail e disse para procurá-lo em algumas semanas; teria prazer em falar com um jornalista brasileiro -ainda mais leitor assíduo de sua publicação (mas isso Plimpton não sabia).

Ele tinha aparência frágil e usava um sobretudo, mesmo no calor do verão.

Nunca escrevi lembrando-o da entrevista. Não houve tempo para isso. Pouco depois, em 26 de setembro, o título me surpreendia no site do "New York Times": "Plimpton, escritor e editor, morre aos 76".

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