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Fotografia como obra de arte é tema de palestra Especialista Jean-François Chevrier fala sobre redefinição do papel desse suporte DO CRÍTICO DA FOLHAUm dos maiores especialistas de fotografia no mundo, o francês Jean-François Chevrier diz que, hoje, não faz mais sentido organizar exposições apenas sobre essa plataforma. "Há 30 anos, isso era necessário para inserir a fotografia no circuito, mas hoje ela está em todo lugar", disse Chevrier à Folha. Anteontem, ele falou no Instituto Moreira Salles do Rio sobre como a fotografia não é apenas uma parte da arte moderna mas determinante para a própria definição de arte moderna. "Em minha visão, ao contrário do que muitos podem acreditar, foi com [Gustave] Courbet [1819-1877] e o realismo que teve início a arte moderna, e a fotografia teve influência decisiva para ambos", falou Chevrier. Em geral, acredita-se que a fotografia tenha sido importante para liberar os pintores do realismo, dando início a movimentos artísticos como o impressionismo ou o expressionismo. "Isso faz parte de uma segunda fase do modernismo, que inclui Picasso, por exemplo. Eu digo que houve um primeiro 'turning-point', nos anos 1850, quando a fotografia reforçou o impulso realista, dando aos artistas novos critérios para a imitação e rompendo o sistema de belas-artes", defende. Hoje, o crítico e curador faz palestra na sede paulistana do Instituto Moreira Salles paulistano, abordando a redefinição do conceito de obra de arte a partir da invenção da fotografia. "O realismo, para mim, é também uma ferramenta para compreender a arte contemporânea, porque, desde os anos 1980, trata-se de reencenar os impulsos realistas e, como estamos cercados por imagens, é bom usar fotografia", diz ainda, referindo-se, por exemplo, a artistas como Andy Warhol.
OBRA DE ARTE E ATIVIDADE: PALESTRA COM JEAN-FRANÇOIS CHEVRIER |
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