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Roger Waters ergue seu muro no Morumbi Show "The Wall" usa tecnologia para recriar ópera-rock do Pink Floyd lançada em 1979 THALES DE MENEZESDE SÃO PAULO O muro, figura que Roger Waters criou para sintetizar sua relação conturbada com o público, é edificado hoje no Morumbi. É a terceira e última parada da turnê brasileira do show "The Wall", do ex-integrante do Pink Floyd, depois de Porto Alegre e Rio. Ele repete a dose na terça. O espetáculo foi concebido para encher os olhos da plateia. No entanto, o disco que dá origem ao show, lançado em 1979, nasceu da dificuldade de Waters em compreender a resposta da plateia à banda no palco. Daí o compositor criou o conceito de um grande muro, para representar a separação entre artista e fãs. Waters somou a isso experiências pessoais quando criança, depois da Segunda Guerra, e neuroses que assimilou no convívio com Syd Barrett, maluquete que liderou o Pink Floyd nos anos 60. O criador não gosta de chamar sua obra de ópera-rock, mas "The Wall" é tão poderosamente imagético que acabou virando filme em 1982. Foi a primeira de várias versões da história de Pink, o personagem central da narrativa (leia à esquerda). Alegorias sobre isolamento pessoal e governos autoritários se alternam na trajetória de astro de rock muito perturbado. Conceitualmente, o show de hoje não é muito diferente da encenação a que Berlim assistiu em 1990. Com músicos convidados, fez a apresentação para celebrar a derrubada do muro na cidade alemã, um ano antes. Duas décadas depois, as novas tecnologias deixam "The Wall" irresistível no palco. Neste ano, o espetáculo é, para o calendário de shows no Brasil, o equivalente à turnê "360º", do U2, que aportou no mesmo local em 2011. Bonecos gigantescos e projeções digitais impecáveis reconstituem os desenhos criados pelo artista Gerald Scarfe para o visual do álbum e para as animações do filme, icônicas na história do rock. Quando entoar "Fallen Loved Ones", o também ativista político Waters mostrará fotos e histórias de pessoas que perderam a vida em guerras, como seu pai. A exemplo do que fez no show de Porto Alegre, deve prestar homenagem a Jean Charles de Menezes, brasileiro morto por agentes da Polícia Metropolitana de Londres há quase sete anos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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