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Peça "Equus" põe em xeque o conceito de normalidade Texto de Peter Shaffer mostra relação entre jovem obcecado por cavalos e psiquiatra Montagem com Elias Andreato e Leonardo Miggiorin estreia no Festival de Curitiba antes de chegar a SP GABRIELA MELLÃOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA É preferível viver com equilíbrio e sem arrebatamento ou intensamente, ainda que isso implique responder vez por outra por atos inconsequentes? A nova montagem de "Equus", clássico de 1973 do inglês Peter Shaffer, reacende essa discussão. Dirigida por Alexandre Reinecke, com Elias Andreato e Leonardo Miggiorin no elenco, a peça integra a programação do Festival de Curitiba e entra em cartaz em São Paulo na próxima sexta, reinaugurando o Teatro Folha. Vencedor do Tony de melhor espetáculo em 1975, "Equus" estreou por aqui no ano seguinte, com Paulo Autran e Ewerton de Castro nos papéis principais. Em 2007, a nudez do astro de "Harry Potter" Daniel Radcliffe na montagem dirigida por Thea Sharrock no West End londrino causou frisson. A encenação de agora não abre mão das cenas de nudez. Mas a equipe acha que mais provocativa do que elas pode ser o questionamento sobre o que significa ser normal em um mundo amortecido pela padronização. Na trama, repleta de idas e vindas no tempo, um psiquiatra (Andreato) investiga os motivos que levaram um jovem (Miggiorin) a cegar seis cavalos. A verdade sobre o garoto é revelada à medida que a relação dele com seu médico se desenvolve. Nesse convívio entre opostos, ambos se transformam. "O menino possui muitas neuroses e só se relaciona com o mundo por meio de seu amor por cavalos. Faz o médico se questionar se deve tirar dele sua única paixão", diz Reinecke. "No princípio, Alan parece um monstro criminoso. Depois se humaniza e passa a ser visto como é: um garoto de extrema sensibilidade", acrescenta Miggiorin. "Tudo o que está faltando na vida do médico ele encontra no garoto", define Andreato. A partir do contato com o jovem, o psiquiatra começa a questionar escolhas profissionais e afetivas. "Ele se livrará da loucura. E daí? [...] Eu lhe darei lugares normais para seu êxtase. Darei o saudável e nutritivo mundo normal, onde a terra é totalmente cimentada... e fede a morte", penitencia-se o personagem, a certa altura. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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