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Amazônia é cenário de superprodução 3D

Região abriga as filmagens do franco-brasileiro "Planeta Verde" e de quatro longas-metragens nacionais

Wagner Moura será garimpeiro em 'Serra Pelada', de Heitor Dhalia; outro projeto é do diretor Beto Brant

DE SÃO PAULO

Quando Lorde Cigano, personagem de José Wilker em "Bye Bye Brasil" (1979), pergunta sobre a Amazônia para um caminhoneiro, ouve o seguinte: "Tem gente do Brasil inteiro indo para lá trabalhar na estrada [Transamazônica] e comprar terra".

Mais de 30 anos se passaram desde então. A Amazônia cinematográfica, porém, pouco mudou desde o longa de Cacá Diegues. O cenário deve se transformar com o interesse de grandes produções nacionais e internacionais na região.

A principal é "Amazônia - Planeta Verde", a mais cara rodada na floresta. Coproduzida pelas francesas Biloba e Gedeon e pela brasileira Gullane, a ficção de Thierry Ragobert ("O Planeta Branco") saiu do papel com o custo inicial de € 12 milhões (cerca de R$ 30 milhões) e já teve os direitos de distribuição vendidos para oito países antes de ser finalizado. "O filme vem sendo recebido com entusiasmo e foi destaque no Festival de Berlim", diz o produtor Fabiano Gullane.

"Amazônia - Planeta Verde", que estreia em 2013, acompanha a trajetória de um macaco prego chamado Kong, que sobrevive a uma queda de avião na Amazônia e precisa achar outros de sua raça. A primeira parte foi rodada na estiagem no Amazonas, em 2011, focando os animais. Na segunda, uma equipe de 60 pessoas precisará ir ao coração da floresta capturar a natureza e cenas aéreas.

"É totalmente em 3D e com mais de três anos de produção", descreve Gullane, que tinha um desejo de rodar na região desde a década de 1990.

O roteirista Luiz Bolognesi ("Bicho de Sete Cabeças") e o fotógrafo Araquém Alcântara, que tem livros sobre a Amazônia, entraram na produção com os franceses.

Mas o francês não é a única língua do cinema na Amazônia. Heitor Dhalia termina a pré-produção de seu filme mais ambicioso: "Serra Pelada". Com orçamento de R$ 12 milhões, o épico sobre as origens do garimpo mais famoso do Brasil começa a ser filmado em julho. Wagner Moura está confirmado no papel de um garimpeiro que chega a Serra Pelada nos anos 1970 e será acompanhado, possivelmente, por Seu Jorge -o contrato está em finalização.

"A Amazônia era o grande tema do cinema brasileiro e ficou esquecida, mas agora os olhares estão de volta", afirma o cineasta. "Tive a sorte de ter tido essa ideia antes."

A floresta também serve de cenário para "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios", adaptação de Beto Brant ("O Invasor") para o livro homônimo de Marçal Aquino. Passado no Pará, estreia em 20 de abril.

O premiado escritor amazonense Milton Hatoum deve ganhar mais dois filmes baseados em suas obras.

"Órfãos do Eldorado", de Guilherme Coelho ("Fala Tu"), e "Relato de um Certo Oriente", dirigido por Marcelo Gomes ("Cinema, Aspirinas e Urubus"), mostrarão a região quase como uma personagem.

(RODRIGO SALEM)

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