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Cinema

SP terá primeira sala 4D da América do Sul

Abertura deve acontecer no dia 27/4; tecnologia inclui poltronas móveis e lançamento de jatos de água e vento sobre o público

Ingresso deve custar mais do que o dobro do cobrado em cinema padrão; foco recairá sobre títulos de ação

RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

Na década de 1950, o diretor e gênio truqueiro William Castle costumava dar pequenos choques elétricos nos espectadores e pendurar esqueletos brilhantes nas exibições de seus filmes. Tudo para atrair público aos cinemas. Sessenta anos depois, o objetivo continua o mesmo, mas a tecnologia é outra. Agora é chamada de 4D.

Neste mês, o Brasil ganha sua primeira sala nesse sistema, que utiliza poltronas móveis, jatos de água e vento, odores e máquinas de fumaça para aumentar a imersão do espectador.

Apesar da semelhança com alguns brinquedos de parques temáticos, o cinema 4DX não utiliza curtas feitos especialmente para produzir as mais diversas sensações. Ele se apropria de um filme hollywoodiano e o adequa ao sistema desenvolvido na Coreia do Sul pela empresa CGV há três anos.

A sala fará parte do complexo Cinépolis VIP, novo multiplex de luxo da rede mexicana instalado no shopping Iguatemi JK, na zona sul de São Paulo. A abertura do edifício, prevista para o dia 19, está embargada pela Justiça, que aguarda esclarecimentos sobre as contrapartidas viárias do empreendimento.

É o primeiro cinema equipado com a tecnologia 4DX na América do Sul -são apenas 25 no mundo todo.

SALVADOR E CURITIBA

O número reduzido de cinemas 4DX se deve aos altíssimos custos. Para trazer a brincadeira ao Brasil, a Cinépolis desembolsou US$ 2,5 milhões (R$ 4,5 mi) em apenas uma sala. Um cinema padrão custa em torno de US$ 600 mil (R$ 1 mi). A empresa prevê inaugurar espaços semelhantes em Salvador (neste ano) e Curitiba (2013).

O preço dos ingressos para a sala 4DX, a ser aberta no dia 27, com "Os Vingadores", ainda está em estudo. Tanto na Coreia quanto no México, entretanto, o bilhete custa mais do que o dobro de uma entrada normal. Levando em conta que o Cinépolis Iguatemi Alphaville tem sessões a R$ 23, dificilmente o público pagará menos do que R$ 50.

O processo de aprovação do filme transformado em 4D envolve estúdios, laboratórios asiáticos e decisões da própria cadeia de cinemas. Traduzindo: não espere ver Woody Allen em 4D. A ideia é ter blockbusters com explosões e efeitos especiais.

Os próximos títulos a passar pela sala devem ser "Titanic 4D", "Madagascar: Os Mais Procurados" e "Homem-Aranha". Quando um filme recebe a permissão do estúdio para virar 4D, uma cópia é enviada para o laboratório da CGV, em Seul, que analisa todos os quadros do longa e prepara os efeitos sensoriais, num repertório que inclui cheiro de pólvora, balanços na poltrona e borrifos de água na cara.

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